O Bispo da Diocese do Luena, manifesta-se apreensivo com a Paz no seio da famílias,
devido aos vários problemas e dificuldades que enfrentam actualmente. Dom Gabriel
Mbilingue eleva bem alto a "bandeira" da Paz entre todos os irmãos para que se possa
construir uma sociedade sã e capaz de cumprir com as suas obrigações, fazendo também
valer os seus direitos. O Bispo que é também o presidente da Comissão Episcopal
da Família, abordou o assunto quando interveio nesta sexta-feira, em Luanda, na sessão
de abertura da Assembleia anual daquela comissão da Conferência Episcopal de Angola
e São Tomé (CEAST). PAZ ENTRE IRMÃOS Para o prelado «Se não se consegue fazer
paz no seio das famílias, eu sinceramente estou céptico em acreditar que se vai fazer
paz fora. Se não se consegue fazer paz entre irmãos do mesmo sangue numa família,
não creio que vão conseguir fazer paz com os irmãos na sociedade. Dom Gabriel
salientou por outro lado que a família deve ser protegida sob todos os aspectos e
dimensões, porque «se queremos efectivamente que a nossa sociedade progrida e se queremos
que os projectos e programas que temos a nível do próprio estado resultem em algo
de prático, creio que seria necessário investir mais e de forma um bocado mais sistemática,
para proteger esta grande e primeira comunidade que é a família» INVESTIMENTO
NA FAMÍLIA Investir-se economicamente nas famílias e na sua protecção «isso talvez
diminuiria muitos dos problemas que as próprias estruturas, mesmo sociais, tendem
enfrentar em muitos casos. Ressaltou o problema da delinquência crescente, que na
sua opinião se deve a dificuldades sociais. «O problema da delinquência que sobe,
essas pessoas vivem no seio da família e talvez famílias que vivem em grandes dificuldades
económicas, que não conseguem organizar-se, talvez gente que não tem emprego que garanta
o pão de cada dia». DELINQUÊNCIA Para O Bispo do Luena «delinquentes sempre
os teremos, mas se a família poder conhecer as pessoas e saber que actividade fazem
e saber que este fulano vive ali ou acolá e é conhecido no bairro, sempre se combate
melhor do que no anonimato e até da fuga. Dom Mbilingue manifestou também muita
preocupação com este cenário criado pelas dificuldades sociais que de uma ou doutra
maneira só prejudicam a família. «Há muitos problemas conexos que preocupam a nossa
sociedade e que me devem preocupar, porque uma das principais vítimas normalmente
são as famílias e dentro das famílias os jovens». As Comissões episcopais da Família
e do apostolado dos leigos reúnem-se em Assembleia conjunta até ao próximo dia 30.
As duas comissões avaliam juntas o andamento da vida familiar dos angolanos. O
compromisso sócio-político e eclesial dos leigos nesta era de paz e de reconstrução
do país e das famílias, foi um dos temas propostos, para o encontro que trouxe a Luanda
representantes de todas as dioceses do país.