2006-04-29 18:12:37

A COMUNHÃO NA IGREJA É CONSERVADA NA HISTÓRIA PELO ESPÍRITO SANTO E TRANSMITIDA PELOS BISPOS


Cidade do Vaticano, 26 abr (RV) - A tradição apostólica é um dos pilares nos quais se apóia a vida da Igreja: tradição que, através do Espírito Santo, permite que todas as gerações de cristãos possam viver a mesma comunhão do primeiro núcleo da Igreja.

Esse foi o ensinamento central da catequese de Bento XVI, na Audiência Geral desta manhã, da qual participaram cerca de 50 mil pessoas. O Santo Padre concluiu a Audiência com um apelo em recordação da tragédia de Chernobyl, ocorrida em 26 de abril de vinte anos atrás, e pedindo um compromisso internacional a serviço da Criação e da paz.

A comunhão eclesial é um mistério da fé cristã que supera os confins do espaço e do tempo. Um mistério do qual falou hoje Bento XVI evidenciando o valor da tradição apostólica e do Espírito que a anima. "Graças ao Espírito Santo _ disse o Pontífice _ a experiência do ressuscitado, feita pela comunidade apostólica nas origens da Igreja, poderá sempre ser vivida pelas gerações sucessivas, uma vez que transmitida e atualizada na fé, no culto e na comunhão do povo de Deus. (...) Não é somente uma coisa do passado, mas na comunhão da fé, da liturgia, da vida da Igreja, são realidades presentes que nós devemos viver entre nós."

"Na ora das decisões solenes para a vida da Igreja, o Espírito Santo está presente" _ observou o Papa. "A Igreja caminha e cresce no temor do Senhor, repleta do conforto do Espírito Santo." E a tradição apostólica consiste justamente, prosseguiu ele, "nessa transmissão dos bens da salvação, que faz da comunidade cristã a atualização permanente _ na força do Espírito _ da comunhão originária".

Ao término de sua catequese em italiano, Bento XVI fez uma síntese da mesma, em várias línguas, seguida de sua saudação aos diversos grupos de fiéis e peregrinos presentes na Audiência Geral. Eis o que disse aos fiéis e peregrinos de língua portuguesa: "Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação afetuosa a todos os presentes, nomeadamente aos brasileiros de Fortaleza, aos portugueses vindos das paróquias de Pontével, Valada e Vale da Pedra, e ao grupo de radiouvintes bragançanos. Aqui, em Roma, os Santos Apóstolos Pedro e Paulo derramaram o seu sangue, confessando a sua fé no Senhor Jesus; as gerações recolheram e transmitiram esse testemunho: hoje é a nossa hora! O Espírito Santo ilumine e robusteça o vosso coração para mostrardes a todos a felicidade que é amar Jesus Cristo. De coração, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias e comunidades." RealAudioMP3

Antes de se despedir dos presentes, o Santo Padre recordou um aniversário que coloca a Europa, de modo particular, e o mundo em geral, diante de reflexões importantes: a tragédia de Chernobyl.

Ao recordar o 20º aniversário da explosão ocorrida na central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que, na época, fazia parte da ex-URSS, o Papa expressou "grande apreço" às famílias, associações, administrações civis e comunidades cristãs que _ disse ele _ "ao longo destes anos, buscaram acolher e cuidar dos adultos e especialmente das crianças atingidas pelas conseqüências daquele doloroso evento".

"Ao mesmo tempo em que, mais uma vez rezamos pelas vítimas de uma calamidade de tão vasto alcance e por todos aqueles que carregam em seu corpo, seus sinais, pedimos ao Senhor, luz para aqueles que são os responsáveis pela sorte da humanidade, a fim de que, num esforço conjunto, todas as energias sejam colocadas a serviço da paz, no respeito pelas exigências do homem e da natureza." (RL)

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Pouco antes de 01h30 da madrugada de 26 de abril de 1986 _ exatamente 20 anos atrás _ o ruído estridente de uma sirene rasgou o silêncio no povoado de Slavutich, na Ucrânia, marcando o momento em que o reator nº 4, da central vizinha de Chernobyl explodiu.

Com cerimônias oficiais, celebrações religiosas e espetáculos dramáticos realizados na própria central, a Ucrânia prestou sua homenagem, nesta quarta-feira, às vítimas da maior catástrofe nuclear da história, que envolveu parte do leste da Europa numa nuvem radioativa.

Em Kiev, cerca de 300 pessoas, entre as quais o Presidente Viktor Yuschenko, assistiram, na madrugada desta quarta-feira, a uma missa numa igreja localizada nas proximidades de um monumento em memória das pessoas mortas na catástrofe.

Vinte anos depois, a tragédia continua afetando a vida de milhões de pessoas. Em setembro de 2005, o último relatório da ONU estimou em quatro mil o número de mortes registradas ou futuras na Ucrânia, Belarus e Rússia, devidas a diversos tipos de câncer. Esta cifra é questionada por várias ONGs em todo o mundo, as quais afirmam que esse número está muito aquém da realidade. (PL)








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