Hanói, 26 abr (RV) - "O socialismo não se opõe à espiritualidade, e o governo
vietnamita tem a intenção de instaurar, o mais rápido possível, relações diplomáticas
com a Santa Sé": a afirmação é de Ngo Yen Thi, Diretor do Departamento de Assuntos
Religiosos do governo vietnamita, segundo o qual, Hanói já está trabalhando numa agenda,
com todos os passos e datas necessários.
O Vietnã é freqüentemente criticado
por sua política religiosa, intolerante com budistas, católicos, democráticos, e com
os chamados "montagnard", que seriam os camponeses protestantes. Muitas comunidades
e seitas são perseguidas, seus líderes, presos, e suas sedes, destruídas. Até as comunidades
legalmente reconhecidas são submetidas a um controle asfixiante em todas as suas atividades.
Mas
nos últimos dois anos, a supremacia da ala reformista no governo de Hanói está levando
a uma valorização cada vez maior das religiões. De algum tempo para cá, o clima entre
a Santa Sé e o Vietnã está melhorando, e as relações diplomáticas são um objetivo
para ambas as partes. Persistem, no entanto, alguns pontos de discussão, como os critérios
de nomeação de bispos.
Dos 83 milhões de habitantes do Vietnã, a percentagem
de jovens é bastante alta: 60% tem menos de 30 anos. E a economia vietnamita alçou
vôo nos últimos dois anos. Hoje é uma das mais vibrantes do sudeste asiático, com
um aumento do PIB de 8,4%.
Em novembro próximo, Hanói será sede do Fórum da
Cooperação Econômica da área Ásia-Pacífico, e este retorno à cena internacional pode
ser determinante para o tão desejado ingresso na Organização Mundial do Comércio.
(CM)