Vaticano reitera o valor da unidade eclesiástica em Cabinda
A Santa Sé apelou à união dos católicos de Cabinda de modo a normalizar a vida religiosa
naquele enclave do Norte de Angola. Numa carta saudando a nomeação do novo vigário-geral
da diocese de Cabinda, o Cardeal Crescenzio Sepe, prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, convida, em nome do Papa, “os sacerdotes, religiosos e leigos da diocese
de Cabinda a caminharem na unidade e na comunhão sob a paterna autoridade do seu legítimo
pastor”.
A carta foi enviada ao jornal católico angolano “O Apostolado”, pela
Nunciatura Apostólica.
“O Senhor abençoará os esforços e os sacrifícios daqueles
que se esforçaram por caminhar nas vias do Evangelho, que são as características da
Igreja, no autêntico serviço do Povo de Deus e dos homens de boa vontade de Cabinda”,
refere a missiva.
O Cardeal Sepe recorda que “com a nomeação de D. Filomeno
do Nascimento Vieira Dias (como Bispo de Cabinda), o servo de Deus João Paulo II realizou
um acto de grande caridade e solicitude pastoral para com esta diocese”.
Nesse
sentido, a carta sublinha que “a Igreja de Cabinda deverá sempre empenhar-se em viver
como Igreja particular na plena comunhão com a Igreja Universal, já que nesta, está
presente a Igreja de Cristo, una, santa, católica e apostólica”.
Datada de
1 de Abril, a carta saúda a nomeação do Pe. Milan Zednichek, de nacionalidade checa,
como vigário-geral da diocese de Cabinda, em substituição do Pe. Raul Tati.
João
Paulo II nomeou a 11 de Fevereiro de 2005 D. Filomeno Vieira Dias, então Bispo Auxiliar
de Luanda, como Bispo de Cabinda, em substituição de D. Paulino Madeca, que resignou
por ter atingido o limite de idade. Esta nomeação gerou fortes protestos entre alguns
dos fiéis católicos locais, que reclamam a nomeação de um Bispo natural do enclave,
e não de Luanda.
Mais de um ano depois, D. Filomeno ainda não tomou posse na
diocese e desconhece-se quando o fará. Como lembra “O Apostolado”, devido à relutância
de boa parte do clero local à nomeação de D. Filomeno, a diocese está a ser chefiada
transitoriamente pelo Bispo do Saurimo, D. Eugénio Dal Corso, na qualidade de Administrador
Apostólico.