2006-04-27 16:14:05

Numa mensagem á Congregação para as causas dos Santos, Bento XVI defende o valor da santidade na Igreja,e nas causas dos santos,convida a procurar as provas e a verdade historica.


Bento XVI defendeu esta quinta feira o valor da santidade da Igreja, lembrando que desde os primeiros tempos, sempre houve uma grande consideração pela memória e o culto dos Santos. Citando a sua primeira encíclica, o Papa disse que estes “são os verdadeiros portadores de luz dentro da história, porque são homens e mulheres de fé, esperança e caridade”.

Numa mensagem dirigida ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal D. José Saraiva Martins, e aos participantes da sessão plenária da Congregação, o Papa manifesta o seu apreço pelo trabalho do Dicastério, manifestando sentimentos de “gratidão” pelo serviço que presta à Igreja.

“As Causas dos Santos, de facto, são consideradas ‘causas maiores’, seja pela nobreza da matéria tratada, seja pela sua incidência na vida do Povo de Deus”, explicou.

O texto precisa, por outro lado, quais os motivos que levaram Bento XVI a aprovar os novos procedimentos nos ritos de beatificação (29 de Setembro de 2005). “Eleito para a Cátedra de Pedro, de bom grado dei execução ao difundido desejo de que fosse mais sublinhada, nas modalidades celebrativas, a diferença substancial entre a beatificação e a canonização e que nos ritos de beatificação fossem envolvidas mais visivelmente as Igrejas particulares, permanecendo claro que só ao Romano Pontífice compete conceder o culto a um Servo de Deus”, pode ler-se.

Procedimentos precisos

Bento XVI referiu que, ao longo dos séculos, a Igreja deu uma atenção cada vez maior aos procedimentos que levam os Servos de Deus “às honras dos altares”. Nesse sentido, lembrou que “não se poderá iniciar uma Causa de beatificação e canonização se faltar uma comprovada fama de santidade, mesmo se nos encontrarmos na presença de pessoas que se distinguiram pela coerência evangélica e por particulares benemerências eclesiais e sociais”.

O Papa, que apontou várias das matérias relativas à idoneidade dos candidatos à santidade, exortou a Congregação a “salvaguardar a seriedade das investigações que se desenvolvem nos inquéritos diocesanos sobre as virtudes dos Servos de Deus”. Citando a “Instrução para o desenvolvimento do inquérito diocesano nas Causas dos Santos”, Bento XVI falou sobre eventuais milagres ou casos de martírio, para pedir que sejam também avaliadas “uma sólida e difundida fama de santidade e de milagres ou martírio”.

Relativamente aos milagres, o Papa recordou que a “práxis ininterrupta da Igreja estabelece a necessidade de um milagre físico, não bastando um milagre moral”, pelo que convida a “aprofundar este tema à luz da tradição da Igreja, da teologia hodierna e das aquisições mais acreditadas da ciência”.

Já quanto ao martírio, Bento XVI notou que “mesmo que o motivo que leva ao martírio permaneça o mesmo, mudaram, pelo contrário, os contextos culturais e as estratégias” de quem persegue os cristãos, admitindo que a aversão à fé é dissimulada, muitas vezes, com “razões de natureza política ou social”. Por isso, é preciso encontrar “provas inconfutáveis”, não só sobre a vítima, mas também sobre o odium fidei.








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