Na audiência geral, Bento XVI fala da Tradição que na Igreja garante a comunhão e
a transmissão da fé. No vigésimo aniversário do desastre de Cernobyl, recorda as vitimas
e pede que a energia seja colocada ao serviço da paz, no respeito das exigências do
homem e da natureza
Na audiencia geral desta quarta feira Bento XVI sublinhou a importancia da Tradição
na Igreja, como meio de construção da comunhão eclesial. “ “Com a nova série de
catequeses- explicou aos 50.000 fiéis presentes na Praça de S. Pedro- procuramos compreender
o designio original da Igreja desejado pelo Senhor para desta maneira compreendermos
também a nossa colocação na Igreja e no mundo. Bento XVI observou que a comunhão
eclesial, aquilo que chamamos Igreja, tem um caracter sincronico porque se alarga
a todos os crentes em todos os angulos da terra, mas tem também um caracter diacronico
porque atravessa a historia e todos os tempos. A Tradição que o Papa definiu também
rio vivo na Igreja, nasceu do testemunho dos Apóstolos e da comunidade dos discipulos
no tempo das suas origens, foi entregue, guiada pelo Espirito Santo nos escritos do
Novo Testamento e a ela a Igreja refere-se continuamente como seu fundamento e norma
através da sucessão ininterrupta do ministério apostólico. “A Tradição – explicou
– é a comunhão dos fiéis ao redor dos legitimos pastores durante a historia, uma comunhão
que o Espirito Santo alimenta assegurando a ligação entre a experiencia da fé apostólica
vivida na originaria comunidade dos discipulos , e a experiencia actual de Cristo
na sua Igreja”.
-Os grandes da terra devem favorecer um esforço coral
para que se coloque toda a energia ao serviço da paz, no respeito das exigencias do
homem e da natureza. Este o pedido de Bento XVI, durante esta audiencia geral no vigésimo
aniversário do desastre de Cernobyl, recordando as pessoas mortas e todos aqueles
que sofrem ainda as consequencias deste trágico desastre. Nestas circunstâncias,
sinto o dever de manifestar vivo apreço pelas famílias, as associações civis e as
comunidades cristãs, que ao longo destes anos se mobilizaram para acolher e tratar
os adultos e, em especial, as crianças atingidas por este doloroso evento” “Rezando
pelas vítimas duma calamidade com tão vastas consequências, e por todos os que transportam
no seu corpo os sinais da mesma, invoquemos do Senhor a luz para os que têm responsabilidade
pelo destino da humanidade, para que com um esforço conjunto, se coloque qualquer
energia ao serviço da paz, no respeito pelas exigências do homem e da natureza”,
Esta a saudação de Bento XVI em lingua portuguesa. Amados peregrinos
de língua portuguesa, uma saudação afectuosa a todos os presentes, nomeadamente aos
brasileiros de Fortaleza, aos portugueses vindos das paróquias de Pontével, Valada
e Vale da Pedra, e ao grupo de radiouvintes bragançanos. Aqui, em Roma, os Santos
Apóstolos Pedro e Paulo derramaram o seu sangue, confessando a sua fé no Senhor Jesus;
as gerações recolheram e transmitiram esse testemunho: hoje é a nossa hora! O Espírito
Santo ilumine e robusteça o vosso coração para mostrardes a todos a felicidade que
é amar Jesus Cristo. De coração, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias
e comunidades.