2006-04-25 11:48:47

Em Fátima,Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa. O Presidente dos Bispos portugueses denuncia laicismo anti-cristão


O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, falou ontem na necessidade de “transmitir a fé numa cultura de laicismo anti-cristão”. Os Bispos católicos portugueses iniciaram na tarde desta segunda feira, em Fátima, a reunião plenária da Primavera, com a discussão do Estatuto do Santuário de Fátima e de documentos sobre a Iniciação Cristã e a Educação Moral e Religiosa Católica em cima da mesa de trabalhos. A Assembleia Plenária da CEP decorrerá até 27 de Abril, na Casa de Nossa Senhora das Dores.

Na abertura dos trabalhos, o Arcebispo de Braga falou em especial das questões da vida, assegurando que “a voz e as opções da Igreja serão sempre claras”.

“Fazemo-lo por razões religiosas, sem dúvida, mas temos a consciência de trabalhar por motivações humanitárias. Nem todos quererão concordar connosco. A liberdade concede-nos o direito de agir e de denunciar ordenamentos jurídicos que desrespeitam este valor perene, apontou.

O presidente da CEP disse que “actualmente as maravilhas do desenvolvimento da tecnologia informática e da engenharia genética podem proporcionar uma alienação do ser humano perante a força da máquina que as produziu”.

“Por outro lado, presenciamos uma acentuada caminhada para a mercantilização da vida, o que significa, entre outras coisas, o comércio de órgãos, a manipulação e destruição de vidas humanas”, alertou.
Os bispos portugueses ouviram ainda o Arcebispo de Braga sublinhar o papel das instituições da Igreja na acção social: “São variadíssimas as manifestações do serviço caritativo da Igreja que desempenham um trabalho estruturante na sociedade portuguesa”, afirmou. “Muitos não as querem ver e só olham para elas quando surgem pequenos ou grandes problemas”, disse D. Jorge Ortiga, frisando que “a sua ausência colocaria muitas pessoas à margem da vida”. “Talvez seja chegada a hora de, com serenidade e responsabilidade social e eclesial, nos debruçarmos sobre o perfil das nossas instituições”, defendeu.

D. Jorge Ortiga dedicou o último ponto do seu discurso à iniciação cristã, adiantando que “a maneira de evangelizar terá de mudar”. Segundo o presidente da CEP “toca-nos manifestar a fé, tornando-a uma experiência de relação pessoal com a Verdade, nutrida por atitudes de escuta e diálogo com um Deus Vivo”.

Aproveitando a presença em Fátima, o presidente da CEP saudou a nomeação do novo Bispo para a Diocese, D. António Marto, destacando a sua “sabedoria doutrinal”, e enalteceu o trabalho desenvolvido, nos últimos anos, por D. Serafim Ferreira e Silva, que resignou devido a ter atingido o limite de idade.

“Nesta alegria do encontro fraterno, quero expressar a mais profunda gratidão a D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva pela responsabilidade e empenho com que viveu o seu serviço episcopal ao longo de quase 27 anos, e particularmente a delicadeza com que sempre acolheu o Episcopado, assim como as iniciativas pastorais de âmbito nacional, no Santuário e nas suas estruturas”, afirmou D. Jorge Ortiga, que, de seguida, dirigiu as suas palavras a D. António Marto.

“A D. António dos Santos Marto agradeço o tempo demasiado curto na Diocese de Viseu e ofereço em meu nome e do Episcopado Português a mais sincera unidade e comunhão eclesial, na certeza de que a Diocese de Leiria-Fátima muito receberá da profundidade do seu pensamento doutrinal, da beleza com que o comunicará e da sabedoria pastoral que exercerá neste espaço tão querido aos portugueses e aos cristão do mundo inteiro”, afirmou o presidente da CEP.








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