AUDIÊNCIA GERAL: BENTO XVI RECORDA SUA ELEIÇÃO À CATEDRA DE PEDRO E CONDENA ATENTADO
EM TEL AVIV
Cidade do Vaticano, 19 abr (RV) - Bento XVI festeja, nesta quarta-feira, 19
de abril, seu primeiro ano de pontificado. O Papa veio de helicóptero, esta manhã,
de Castel Gandolfo, onde transcorreu alguns dias de repouso após as cerimônias da
Semana Santa, diretamente para a Audiência Geral.
Uma multidão de fiéis, peregrinos
e turistas que lotavam a Praça São Pedro, deu as boas-vindas ao Papa, aclamando-o
neste primeiro aniversário de seu pontificado.
Bento XVI pediu a todos que
rezassem por ele e o ajudassem a "ser pastor humilde e firme da Igreja" de Cristo.
Ao término da catequese, o Santo Padre fez um veemente apelo pela paz na Terra Santa,
e condenou o atentado de segunda-feira passada em Tel Aviv, que deixou dez mortos:
nove civis e o kamikaze.
Bento XVI mostrou-se hoje emocionado, como um ano
atrás, por ter sido chamado no dia 19 de abril de 2005 "a servir a Igreja como Sucessor
do Apóstolo Pedro".
O Papa recordou o primeiro impacto com a multidão na mesma
Praça São Pedro, ao assomar ao balcão central da Basílica, imediatamente após sua
eleição: um encontro "impresso na mente e no coração", no qual logo experimentei _
enfatizou o Pontífice _ a verdade daquilo que eu disse no início de meu ministério
petrino: "Sinto fortemente, a consciência de não ter que carregar sozinho, aquilo
que, na realidade, jamais poderei carregar sozinho."
Em sua catequese o Papa
se deteve sobre o "mistério pascal" "núcleo fundamental e imprescindível da mensagem
evangélica", que contempla "a paixão e a ressurreição de Cristo, mistério que se renova
em particular todo domingo, "pequena Páscoa" de toda semana.
E é justamente
"do encontro pessoal com Cristo ressuscitado" que nasce a fé, explicou o Papa; fé
que se torna "impulso de coragem e de liberdade", conscientes em todos os tempos e
também em nosso tempo _ como exorta São Paulo _ de ter que buscar e pensar "as coisas
do alto", "não as coisas da Terra".
"Isso não quer dizer eximir-se dos compromissos
cotidianos, desinteressar-se das realidades terrenas" _ explicou o Santo Padre. "Significa,
sobretudo, intensificar toda atividade humana, como um impulso sobrenatural. Significar
fazer-se alegres anunciadores e testemunhas do Cristo ressuscitado eternamente vivo."
Depois
da catequese, Bento XVI passou a saudar, em várias línguas, os diversos grupos de
fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro. Eis o que disse aos presentes de
língua portuguesa: "Caríssimos amigos, Jesus Cristo vive. Esta é a certeza que
a Igreja põe em nossos corações, nesta semana da Oitava de Páscoa. Ela nos convida
a fazer refletir em nossas vidas a presença do Ressuscitado, sendo testemunhas credíveis
da Sua presença no mundo. A todos os peregrinos de língua portuguesa, especialmente
ao grupo de portugueses aqui presentes, renovo meus votos de Felizes Páscoas, exortando-vos
a proclamar a grandeza do amor de Deus, mediante uma vida autenticamente cristã."
Após
as saudações em várias línguas, o pensamento do Papa se voltou para a Terra Santa,
onde dois povos estão em guerra há mais de 50 anos, e onde, mais uma vez, se choram
os mortos do terrível atentado desta segunda-feira. Foi severa a condenação de Bento
XVI: "Não é com tais atos condenáveis, que se podem tutelar os, embora legítimos,
direitos de um povo. Que o Senhor, Príncipe da paz, esteja próximo aos israelenses
e palestinos, a fim de que não caminhem rumo a uma trágica deriva, mas retomem os
passos que os levem a viver em paz e segurança, um ao lado do outro, como filhos do
mesmo Pai que está nos Céus." (RL)