2006-04-17 19:09:15

NO REFLEXO DA CRUZ VEMOS OS SOFRIMENTOS DA HUMANIDADE


Cidade do Vaticano, 15 abr (RV) - No reflexo da Cruz vemos todos os sofrimentos da humanidade de hoje. Assim se expressou Bento XVI, ontem à noite, no Coliseu de Roma, ao término da primeira Via-sacra de seu pontificado. Sessenta e duas redes de televisão de 42 países estiveram em cadeia para a transmissão do evento. O Papa carregou a cruz na primeira e na última estação.

A Via-sacra não é uma coisa do passado, disse o Santo Padre. As meditações da piedosa prática, escritas pelo Vigário-geral do Papa para a Cidade do Vaticano, Dom Angelo Comastri, tocaram as interrogações do homem em sua relação com Deus, os males da sociedade de hoje, e a incapacidade de ver o pecado.

Em suas reflexões, Dom Comastri destacou que, ao percorrermos o caminho da Cruz, nós vamos ao encontro de duas certezas: a certeza do poder devastador do pecado e a certeza do poder regenerativo do amor de Deus. Ao entrar na nossa história, devastada pelo pecado, Jesus deixou-se agredir pelo peso e pela violência das nossas culpas.

Por isso, ao contemplarmos Jesus, vemos, claramente, quão devastador é o pecado e quão doentia é a família humana!

O autor das reflexões da Via-sacra, explicou que "da Cruz de Jesus nascem a santidade das grandes figuras da Igreja e o poder que cura os males do mundo de hoje". Um dos temas centrais do texto de Dom Comastri para a Via-sacra foi "a perda do sentido do pecado e suas dramáticas conseqüências para a humanidade".

Na primeira Via-sacra como Sucessor de Pedro, o Papa Ratzinger que, ano passado, a pedido de João Paulo II, foi o autor das meditações das estações, carregou a Cruz no início e no final do rito sagrado.

Ao término das 14 estações, o Santo Padre dirigiu algumas palavras aos fiéis e peregrinos presentes, recordando que, com o rito sagrado, acompanhamos Jesus, precisamente no lugar onde muitos mártires sofreram e deram suas vidas por Cristo. Através deles, o Senhor sofreu e sofre novamente.

"No espelho da Cruz _ disse o Santo Padre _ se refletem todos os sofrimentos da humanidade de ontem e de hoje. Na Cruz de Cristo, hoje, vemos o sofrimento das crianças abandonadas e vítimas de abusos; vemos as ameaças contra a família, a divisão do mundo entre a soberba dos ricos e a pobreza de tantos que sofrem de fome e de sede”.

Mas, na Cruz, disse ainda o Pontífice, vemos também a Mãe de Jesus, as piedosas mulheres, Simão Cirineu, africano; vemos São Paulo Apóstolo, Santo Agostinho, São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, São Maximiliano Kolbe, Madre Teresa de Calcutá. Enfim, vemos o nosso lugar.

E assim compreendemos _ afirmou o Bispo de Roma _ que a Via-sacra não representa só o que é obscuro e triste no mundo, nem tampouco um moralismo ineficiente e um grito de protesto, que não muda nada.

Bento XVI concluiu, exortando os presentes a pedirem ao Senhor, que nos contagie com sua misericórdia; a pedirem à Santa Mãe de Deus, Mãe da divina misericórdia, para que possamos ser homens e mulheres misericordiosos, a fim de contribuirmos para a salvação do mundo. (MT-RL)







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