IGREJA ALEMÃ PEDE ESFORÇO PARA POLÍTICA MIGRATÓRIA
Mainz, 17 abr (RV) - O Presidente da Conferência Episcopal Alemã e Bispo de
Mainz, Cardeal Karl Lehmann, defendeu nesta Páscoa um "novo começo" na política de
imigração, com maiores esforços por parte dos políticos, mas também dos próprios imigrantes.
Falando
à rádio "Deutschlandfunk", ele citou três áreas nas quais, na sua opinião, é preciso
redobrar os esforços: o idioma, o trabalho e o ambiente social.
Todo estrangeiro
que queira ficar por um tempo prolongado na Alemanha, deve entender que seus filhos
precisam aprender a falar alemão, disse o Cardeal, pedindo maior empenho dos pais,
e maiores incentivos para que os imigrantes se sintam motivados.
O debate sobre
os problemas de adaptação dos imigrantes na Alemanha vem-se aquecendo, devido aos
incidentes num colégio de Berlim e ao caso do assassinato "em nome da honra", de uma
jovem turca, por parte de seus parentes.
Num colégio no bairro berlinense de
Neukoelln, os professores escreveram uma carta aberta, pedindo ajuda, porque se sentiam
incapazes de conter a violência dos alunos.
Esta semana anterior à Páscoa,
em Berlim, a polêmica aumentou por causa da decisão dos juízes, de só condenarem um
dos três acusados de matar a jovem, para "lavar a honra da família", que se sentia
ofendida pelo estilo ocidental de vida que ela levava.
O Ministro do Interior
de Berlim, o social-democrata Ehard Koerting, deu um prazo para a família deixar o
país, já que, como disse, não está disposta a aceitar os valores da Alemanha.
Alguns
políticos democrata-cristãos pedem leis mais duras para os imigrantes. O porta-voz
de política interna do grupo parlamentar conservador, Hans-Peter Uhl, sugeriu que
a falta de disposição para se integrar seja considerada um delito. (MZ)