2006-04-16 10:01:59

O primeiro ano de Pontificado de Bento XVI na opinião do Arcebispo de Évora


Quando, há um ano, o Papa Bento XVI iniciou o seu ministério, tornou-se clara, através das palavras proferidas na primeira mensagem, a sua firme determinação de consagrar-se “à acção evangelizadora no mundo contemporâneo”.

No pensamento do até então Cardeal Josef Ratzinger, este “serviço da Igreja e da unidade da fé”, no novo ciclo da longa história dos Papas, deve conjugar dois aspectos essenciais: por um lado, a atenção às circunstâncias sempre renovadas e aos novos desafios da vida humana, e, por outro, a fidelidade às grandes linhas, traçados pelo Concílio Vaticano II e, mais recentemente, aprofundadas pelo Papa João Paulo II.

Podemos já realçar alguns factos e iniciativas que confirmam a orientação anunciada. São eles: o encerramento do Ano Eucarístico e a Jornada Mundial da Juventude em Colónia, a que se devem associar os encontros com os líderes das comunidades judaica e muçulmana, os diálogos com expoentes do mundo cultura e a presença nos debates sobre temas candentes, como a vida, a paz, a liberdade, a fé, a religião, a família.

É justo destacar na personalidade e no modo de agir do novo Papa a forma simples, muito humana e fraterna como se relaciona com as pessoas, a começar pelas crianças e os jovens. Uma nota tanto mais de realçar, quanto estamos perante um notável teólogo, homem de cultura e de pensamento, que certas áreas da comunicação social apresentaram, durante anos, como duro e frio, certamente devido às funções que exercia

como Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé.

Em toda esta actividade multifacetada, tem-se evidenciado, acima de tudo, a imagem dum Papa como mestre da fé. Bento XVI revela-se um mestre, um educador, um catequista, um professor. Possui o carisma de tratar os temas mais elevados com extraordinária clareza e simplicidade, e numa linguagem que todos entendem. Sem perder coragem e firmeza.

Acontecimento central do seu magistério, neste primeiro ano é, sem dúvida, a encíclica “Deus Charitas Est”. Estamos perante uma mensagem de flagrante actualidade, se tivermos em conta o clima de insegurança, de violência, de ódio e de terrorismo em que se vive.

A encíclica constitui uma pedra fundamental na construção duma nova ordem, duma nova civilização, assente no amor, no seu sentido mais profundo e autêntico, e no respeito pela pessoa humana, que tem em Deus-Amor a sua origem e o seu fim.








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