A existência cristã fundada no Baptismo, a fórmula da ressurreição dentro do tempo.
A formula que contrasta todas ideologias da violència, e o programa que se opõe á
corrupção e á ambição do poder e do possuir. Bento XVI na homilia da Vigilia Pascal
A vida dos cristãos que compreenderam o sentido da ressurreição, para o Papa está
em contraste com todas as ideologias da violência e opõe-se á corrupção e á ambição
do poder e do possuir. Na homilia da solene Vigília Pascal, a primeira do seu pontificado,
presidida noite passada na Basílica de São Pedro, Bento XVI explicou que “ser baptizado”
,ser cristão, quer dizer viver a própria vida como um continuo entrar num espaço aberto
e que quando a ressurreição nos atingiu e agarrou, nós agarramo-nos ao Senhor Ressuscitado,
sabendo que Ele nos segura firmemente, mesmo quando as nossas mãos se debilitam. Agarramo-nos
á Sua mão e assim seguramos também as mãos uns dos outros, tornamo-nos um único sujeito,
não apenas um só. Eu, mas já não eu: explicou Bento XVI é a formula da existência
cristã fundada no Baptismo, a fórmula da ressurreição dentro do tempo. Eu, mas
já não eu :se vivemos deste modo transformamos o mundo. É a formula que contrasta
todas as ideologias da violência, e o programa que se opõe á corrupção e á ambição
do poder e do possuir. O Papa quis também explicar o que é que a ressurreição
significa para cada homem, em todos os tempos e para a humanidade, tratando-se de
um acontecimento, fora do nosso horizonte, e de todas as nossas experiências. Definiu
depois a Ressurreição, “a maior mutação”, o salto absolutamente mais decisivo para
uma dimensão totalmente nova que na longa historia da vida e dos seus desenvolvimentos
que jamais se tenha verificado: um salto numa ordem completamente nova, e que tem
a ver connosco e diz respeito a toda a historia. A Ressurreição, explicou Bento XVI,
não é um milagre qualquer do passado, cuja realização, no fundo nos pudesse ser indiferente.
É um salto de qualidade na historia da “evolução” e da vida em geral para uma nova
vida futura, para um mundo novo que, a começar de Cristo incessantemente penetra já
neste nosso mundo, transforma-o e atrai-o a si. O Papa que, como é tradição da
Vigília Pascal baptizou e crismou 7 jovens catecúmenos ( três homens e quatro mulheres
provenientes de seis países: Albânia, Bielorussia, Perú, Japão, Colômbia e Republica
dos Camarões), sublinhou que o baptismo “é algo muito diverso de um acto de socialização
eclesial, de um rito um pouco fora de moda e complicado para acolher as pessoas na
Igreja. É também mais do que uma simples lavagem, do que uma espécie de purificação
e embelezamento da alma. É realmente morte e ressurreição, renascimento, transformação
numa vida nova”.