Confrontos étnicos na Nigeria com mais de uma centena de mortos
Mais de 100 pessoas morreram em Namu, cidade do centro da Nigéria, após quatro dias
de confrontos entre diferentes grupos étnicos. As autoridades impuseram o recolher
obrigatório na região.
A propriedade das terras da zona está no centro da disputa
entre os "gamai" e os "pan", os primeiros dos quais teriam sido "varridos do mapa".
Por seu lado, os "pan", que dominam o Governo local, circulam livremente.
Uma
força conjunta do Exército e da Polícia foi destacada para a zona para restabelecer
a ordem, mas receia-se o agravamento dos confrontos pela chegada a Namu de vários
membros da etnia "pan".
Os confrontos forçaram à fuga de centenas de pessoas
de Namu para as localidades de Shendam, Lafia e Assaikyo. Yabuko Datti, porta-voz
do Governo da província de Plateau, onde se registam os confrontos, assegurou que
as autoridades tomaram medidas para conter a crise.
O incidente que deu origem
aos confrontos ocorreu quando um "gomai" se apropriou de uma terra reclamada por um
"pan".
Em Maio de 2004, o presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, declarou
o estado de emergência em Plateau, suspendeu os funcionários locais e colocou na chefia
da administração da região um general na reserva. A medida foi tomada depois de centenas
de pessoas morrerem em confrontos étnicos e religiosos que se registaram durante vários
meses.
Calcula-se que, desde 1999, quando os militares cederam o poder às
novas autoridades civis, mais de 12 mil nigerianos morreram em confrontos étnicos
no país, o mais populoso de África.