2006-04-13 19:30:20

A recusa do amor torna o homem imundo, salientou Bento XVI na homilia da Missa Vespertina da Ceia do Senhor, na Basilica de São João de Latrão, recordando que o rito do lava pés é um convite á humildade e bondade reciproca. O Papa explicou também a traição de Judas


O significado de humildade, de amor recíproco, e ao mesmo tempo de purificação, simbolizado no rito do lava pés, que esta tarde Bento XVI efectuou a doze leigos durante a Missa Vespertina da Ceia do Senhor - esteve no centro da homilia do Papa durante a solene concelebração presidida na Basilica de São João de Latrão.
“ O Senhor coloca-nos de sobreaviso perante a auto suficiência que põe um limite ao seu amor sem limites - sublinhou Bento XVI- Convida-nos a imitar a sua humildade, a confiar nela, a deixar-nos contagiar por ela.
No gesto evangélico do lava – pés, recordou o Papa, Deus ajoelha-se diante de nós e presta-nos o serviço do escravo; lava os nossos pés sujos, para que nos tornemos dignos de nos sentarmos á sua mesa. Nisto – acrescentou – torna-se visível o que significa redenção. O banho no qual nos lava é o seu amor pronto para enfrentar a morte. Somente o amor possui aquela força purificadora que nos tira o sujo e nos eleva á altura de Deus. É a figura de Judas que personifica aquilo que torna o homem imundo. É a recusa do amor – explicou Bento XVI – o não querer ser amado, o não amar. É a soberba que pensa que não precisa de nenhuma purificação, que se fecha á bondade salvadora de Deus.. É a soberba que não quer confessar e reconhecer que precisamos de purificação. Para Judas, somente o poder e o sucesso são realidades, o amor não conta.
Por outro lado, acrescentou depois o Papa, cada obra de bondade pelo outro, especialmente por quem sofre e por quem é pouco estimado é um serviço de lava pés. A isto nos chama o Senhor: descer, aprender a humildade e a coragem da bondade e também a disponibilidade a aceitar a recusa e contudo ter confiança na bondade e perseverar nela. Lavar os pés, uns aos outros - disse a concluir – significa sobretudo perdoar – nos incansavelmente uns aos outros, e sempre de novo recomeçar juntos, por muito que pareça inútil.








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