Santiago, 12 abr (RV) - A Igreja Católica chilena fez um apelo, no sentido
de não se deixar "surpreender por falsificadores de todo tipo", em alusão ao tão propalado
"Evangelho de Judas".
Essa foi a primeira declaração da Igreja Católica chilena
sobre o documento, apresentado domingo passado, pelo "National Geographic", um canal
de TV a cabo. Trata-se de um manuscrito em papiro, escrito por volta do ano 300 e
cópia de um documento grego anterior, chamado "Evangelho de Judas".
Uma declaração
firmada pelo presidente da Conferência Episcopal, Dom Alejandro Goiċ Karmeliċ, afirma
que os discípulos de Cristo devem aprofundar o fundamento histórico de sua fé cristã,
"para não se deixar surpreender por falsificadores de todo tipo, como nos adverte
a Sagrada Escritura".
Esse evangelho apócrifo diz que Judas traiu Cristo a
pedido do próprio Jesus.
A Igreja chilena disse que o chamado "Evangelho de
Judas" faz parte dos Evangelhos Apócrifos, "não inspirados porque não contêm a verdade
acerca da Revelação de Deus e seu desejo de salvação para a humanidade".
Segundo
o comunicado, "não se pode dizer que Deus induziu Judas a cair no mal e que elefoi
obrigado a cumprir um papel histórico já determinado, como uma opção fatalista da
qual não podia subtrair-se de forma alguma. Ele não nasceu com o selo de uma condenação
fatal. Judas usou sua liberdade para fazer o mal" _ diz o comunicado.
A nota
acrescenta que musicais como o "Jesus Cristo Superstar" e alguns livros recentes apresentam
Judas Iscariotes como uma figura "simpática" ou "benevolente", para obter "sucesso
midiático e comercial".
A nota dos bispos conclui, afirmando que os únicos
evangelhos inspirados por Deus, "e que são reconhecidos como uma autoridade especial",
são os textos de Marcos, Mateus, Lucas e João. (MZ)