2006-04-07 15:43:18

Bispos franceses preocupados com a situação dos jovens no país:reunidos em assembleia plenária em Lourdes dedicaram um dia de trabalhos á actual tensão social em França


A Conferência Episcopal da França (CEF) manifestou a sua preocupação perante a “grave crise de sentido” que afecta a juventude do país, que considera visivelmente “angustiada”, como ficou demonstrado na onda de violência do passado mês de Novembro e na actual crise relativa ao contrato do primeiro emprego (CPE).

O presidente da CEF, Cardeal Jean-Pierre Ricard, refere nas conclusões do encontro que a contestação ao CPE tem uma dimensão “simbólica” que manifesta “a percepção, com ou sem razão, de uma discriminação negativa”.

“Um número determinado de jovens sabe, agora, que para lá da dificuldade de encontrar um trabalho estável, não poderá beneficiar de um nível de vida comparável ao dos seus pais”, lamenta.

O Cardeal Ricard aponta para uma “crise da política e da representatividade”, pedindo que o “interesse geral” seja tomado em conta na hora de promover grandes reformas.

Os prelados católicos estiveram reunidos em Lourdes, para a assembleia plenária do organismo episcopal, tendo dedicado um dia dos trabalhos à actual tensão em França. A CEF não assumiu nenhuma posição política, mas defendeu que os jovens têm necessidade, sobretudo, de “respeito”.

Depois da juventude dos subúrbios, em Novembro, agora foi a vez dos estudantes manifestarem as suas inquietações. Para a CEF, é visível que “a nossa sociedade de opulência e de abundância não dá resposta aos jovens”.

“Os jovens não pediram a lua, reclamam apenas segurança, exprimem os seus sofrimentos, por não poderem perspectiva o futuro na precariedade”, explicou o Bispo de Ajaccio, D. Jean-Luc Brunin.

Os Bispos franceses manifestaram-se ainda contra um projecto de lei sobre a imigração, revelando que irão manifestar o seu desagrado ao ministro do interior, Nicolas Sarkozy.

“No mundo ocidental é moda dizer que a imigração é uma escolha, não um sofrimento, mas a verdade é que nós vamos buscar aos países mais pobres os cérebros e deixamos de lado os mais pobres”, criticou o presidente da Comissão episcopal para a missão universal da Igreja.

Ao longo destes dias de trabalho, a CEF concluiu o seu projecto de reforma das estruturas do organismo episcopal e deixou ainda algumas indicações relativas ao acolhimento de grupos “tradicionalistas” nas Dioceses católicas.

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