ESTUDO DA FUNDAÇÃO SANTA MARIA: NA ESPANHA OS JOVENS NÃO ACREDITAM NA IGREJA
Madri, 05 abr (RV) - Menos de 50% dos jovens espanhóis se consideram católicos,
e a Igreja é a instituição da qual mais desconfiam, segundo um informe divulgado nesta
terça-feira, no qual a juventude é definida como "egoísta" e "consumista".
O
relatório denominado "Jovens espanhóis 2005', baseado numa pesquisa feita entre quatro
mil jovens, de 15 a 24 anos de idade, é o sexto estudo geral elaborado pela Fundação
Santa Maria, desde 1982, para analisar aspectos como os valores, orientações políticas,
religiosidade e tempo ocioso da juventude.
Na apresentação do trabalho _ de
mais de 400 páginas _ o autor do capítulo dedicado à religião, Juan González-Anleo,
sublinhou que o distanciamento dos jovens em relação à Igreja "acelerou-se de forma
surpreendente", se comparado aos resultados de 10 anos atrás, quando 77% se declaravam
católico, e hoje não chega a 50%, um decréscimo de mais de 25 pontos".
Em 1994,
dois terços dos jovens afirmavam ser membros da Igreja e manifestavam desejo de continuar
pertencendo a ela; em 1999 já era somente a metade; e em 2005, apenas 29%.
Isso
se deve à crescente secularização da sociedade, à "impopular postura da Igreja" frente
a temas como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, o aborto ou a sexualidade, e
às mudanças políticas numa "direção laica" _ acrescentou González-Anleo.
Todas
essas razões devem ser associadas ao fato de os jovens colocarem a Igreja entre aquelas
instituições de menor credibilidade; eles a criticam por sua "excessiva riqueza",
"sua ingerência na política e seu conservadorismo em matéria sexual". (MZ)