"A Igreja do amor é também a Igreja da verdade, entendida antes de mais como fidelidade
ao Evangelho": Bento XVI, na audiência geral.
“A verdade e o amor são dois rostos do mesmo dom que vem de Deus". “Quem crê a Igreja
do amor e nela quer viver tem um preciso dever de interromper a comunhão com quem
se afastou da verdade que salva”. – Afirmações de Bento XVI, na audiência geral desta
quarta-feira, 4 de Abril. Nas saudações em espanhol, o Papa referiu-se à celebração
dos 500 anos do nascimento de S. Francisco Xavier, convidando a “rezar para que, por
sua intercessão, se intensifiquem os esforços para consolidar os horizontes de paz
que parecem abrir-se no País Basco e em toda a Espanha”. Na sua catequese (desenvolvida
em italiana e resumida depois em diversas outras línguas), Bento XVI fez notar que
“na comunidade dos discípulos, existe desde as origens a comunhão no amor, mas também
a divisão. E quando é grande o risco de perder a fé, é um dever romper a comunhão
com quem se afastou da doutrina da salvação. A Igreja do amor é também a Igreja da
verdade, entendida antes de mais como fidelidade ao Evangelho que lhe foi confiado
pelo Senhor Jesus. Para viver na unidade e na paz, a família dos filhos de Deus deve
ser guardada na verdade e guiada com um sapiente discernimento. É o ministério dos
Apóstolos. Os Apóstolos e os seus sucessores são portanto guardiães e testemunhas
autorizadas do depósito da verdade confiada à Igreja e os ministros da caridade. O
seu serviço é antes de mais um serviço de amor. A caridade que vivem e que favorecem
é inseparável da verdade que guardam e transmitem. Verdade e amor são dois rostos
do mesmo dom de Deus que, graças ao ministério apostólico, é guardado na Igreja. É
através deste serviço que o amor de Deus Trindade chega até nós e nos comunica a verdade
que nos torna livres”.
Foi nas palavras pronunciadas em espanhol que Bento
XVI mencionou a celebração, no próximo dia 7, dos 500 anos do nascimento de S. Francisco
Xavier, “o grande missionário jesuíta que pregou o Evangelho por terras da Ásia, abrindo
muitas portas a Cristo”. “Contemplando a figura de S. Francisco Xavier, sentimo-nos
chamados a rezar pelos que dedicam a sua vida à missão evangelizadora, proclamando
a beleza da mensagem salvadora de Jesus”. Não faltou, nas palavras do Papa, uma
discreta alusão às esperanças de paz que se vivem neste momento no País Basco e na
Espanha. Bento XVI encoraja os esforços em curso, convida a rezar por essa intenção,
invocando a intercessão de S. Francisco Xavier, e exorta a que se superem os obstáculos
que subsistem nesse caminho de paz nacional: “Convido-vos a rezar para que, por
intermédio deste Santo, todos intensifiquem os seus esforços para consolidar os horizontes
de paz que parecem abrir-se no País Basco e em toda a Espanha, superando os obstáculos
que se possam deparar ao longo deste caminho”. A audiência concluiu-se com uma
oração especial, improvisada pelo Papa, “pelos sucessores dos Apóstolos, por todos
os Bispos e pelo sucessor de Pedro, para que sejam verdadeiramente apóstolos de Cristo,
para que a sua luz de verdade e de caridade nunca se apague na Igreja e no mundo”.
O
Papa deixou ainda um agradecimento especial pelo pontificado de João Paulo II, ao
saudar os peregrinos polacos. “Convosco, quero agradecer a Deus pelo pontificado do
meu grande predecessor, João Paulo II. A sua presença espiritual e o património do
seu magistério nos fortifiquem na fé e nos ajudem a caminhar rumo ao encontro com
Cristo”, apontou.