Um mundo sem minas: dia internacional de sensibilização
Assinala-se esta terça feira em todo o mundo, o primeiro Dia Internacional de Sensibilização
para o Perigo das Minas e a Assistência à Acção Anti-minas. A iniciativa nasceu com
o objectivo de acabar com as minas terrestres o mais rapidamente possível.
O
Relatório de Acompanhamento das Minas Terrestres (Landmine Monitor Report) de 2005
diz que existem actualmente 84 países que sofrem o flagelo das minas terrestres e
das munições por explodir. Todos os anos, as minas terrestres e as munições abandonadas
matam ou ferem 15.000 a 20.000 pessoas, mesmo assim, uma redução em relação às 26.000
vítimas anuais que se registavam no final da década de 90.
O secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, escreve na mensagem para este Dia que “não há lugar para as minas
anti-pessoais numa sociedade civilizada”. Estes instrumentos de guerra continuam a
matar décadas após o final dos conflitos armados, pelo que Annan fala de “assassinos
invisíveis”.
De acordo com a ONU, existem actualmente 110 milhões de minas
no mundo. Entre os países que mais sofrem com as minas, estão Angola e Moçambique,
duas nações africanas de língua oficial portuguesa envolvidas em conflitos civis durante
várias décadas.
Em 1999, entrou em vigor a Convenção sobre a Proibição do Uso,
Armazenamento, Produção e Transporte de Minas Pessoais (Tratado de Otava) que, desde
Novembro de 2002, já tem 146 assinaturas e 130 ratificações. A Santa Sé participou
na redacção e aplicação da Convenção e tem-se mantida atenta à sua aplicação, com
várias intervenções junto da ONU sobre este tema.
O representante da Santa
Sé na XI sessão da Convenção para a proibição ou limitação do uso de algumas armas
convencionais, que podem produzir efeitos traumáticos excessivos ou indiscriminados,
solicitou a constituição de uma moratória para a produção e o uso de armas de acção
oculta, particularmente das bombas de fragmentação e as Minas anti-pessoais.