"João Paulo II continua a comunicar-nos o seu amor a Deus e o seu amor ao homem":
Bento XVI, domingo à noite, no momento comemorativo do aniversário da morte do Papa
Wojtyla.
A um ano do seu falecimento, o “amado Papa João Paulo II” “continua a comunicar-nos
o seu amor a Deus e o seu amor ao homem”: assegurou Bento XVI, intervindo, domingo
à noite, num “momento de reflexão e oração” promovido na Praça de São Pedro pela diocese
de Roma, em vídeo-ligação directa com Cracóvia, onde tinha lugar idêntico encontro,
animado pelo cardeal Stanislao Dziwisz, ao longo de quarenta anos secretário de Karol
Wojtyla. “A memória (de João Paulo II) - observou o seu sucessor - continua mais
do que nunca via, como testemunham tantas manifestações programadas nestes dias, em
todas as partes do mundo. Ele continua a estar presente na nossa mente e no nosso
coração. Ele continua a comunicar-nos o seu amor a Deus e o seu amor ao homem; continua
a suscitar em todos, especialmente nos jovens, o entusiasmo do bem e a coragem de
seguir Jesus e os seus ensinamentos”. Desejando de algum modo “resumir a vida
e o testemunho deste grande Pontífice”, o Papa Ratzinger recorreu a duas palavras:
“Fidelidade e dedicação, fidelidade total a Deus e dedicação sem reservas à sua missão
de Pastor da Igreja universal”. “Fidelidade e dedicação que – sublinhou o Papa
actual – apareceram ainda mais convincentes e comoventes nos últimos meses, quando
incarnou em si o que ele tinha escrito em 1984 na Carta Apostólica Salvifici doloris:
O sofrimento está presente no mundo para irradiar amor, para fazer nascer obras de
amor ao próximo, para transformar toda a civilização humana na civilização do amor”. “A
sua doença enfrentada com coragem levou todos a estarem mais atentos ao sofrimento
humano, a todo o tipo de sofrimento físico e espiritual; deu ao sofrimento dignidade
e valor, testemunhando que o homem não vale pela sua eficiência, pela sua aparência,
mas por si mesmo, porque criado e amado por Deus. Com as palavras e os gestos,
o caro João Paulo II não se cansou de indicar ao mundo que se o homem se deixa abraçar
por Cristo, não mortifica a riqueza da sua humanidade; se a Ele adere com todo o coração,
nada lhe vem a faltar. Pelo contrário, o encontro com Cristo, torna a nossa vida mais
apaixonante. Precisamente porque se aproximou cada vez mais de Deus na oração, na
contemplação, no amor à Verdade e à Beleza, o nosso amado Papa pôde tornar-se companheiro
de viagem de cada um de nós e falar com autoridade mesmo a quantos estão longe da
fé cristã”. Concluindo esta evocação do seu predecessor, domingo à noite, Bento
XVI convidou as dezenas de milhares de pessoas presentes na Praça de São Pedro e os
muitos mais rádio-ouvintes e telespectadores em ligação directa a acolherem a herança
espiritual de João Paulo II. Entre outras coisas: procurar incansavelmente a Verdade
sem a qual o nosso coração não encontrará repouso; não ter medo de seguir a Cristo,
para levar a todos o anúncio do Evangelho, que é fermento de uma humanidade mais fraterna
e solidária.”