Cabul, 31 mar (RV) - O afegão que enfrentou um julgamento em seu país, por
ter-se convertido ao Cristianismo, disse, na Itália, que nunca mais quer voltar ao
Afeganistão e que teme pela segurança de sua família, que ficou para trás.
Abdul
Rahman fez essa declaração ontem, ao chegar à Itália, que lhe concedeu asilo político.
Ele acrescentou que é quase certo que seria morto se permanecesse no Afeganistão.
Abdul
Rahman agradeceu a Bento XVI por ter intercedido em favor de sua libertação. Ele deixou
a prisão na terça-feira, depois de intensa pressão internacional. Membros do Parlamento
na capital afegã, Cabul, condenaram a sua libertação e disseram que ele não deveria
ter sido autorizado a partir.
Rahman, que abandonou o Islamismo há 16 anos,
teve seu julgamento suspenso, em Mazar-e-Sharif, no norte do Afeganistão, depois de
alegações de que ele sofre de problemas mentais.
O afegão, que teria se convertido
durante uma viagem à Alemanha, foi preso há cerca de duas semanas e, pelas leis islâmicas,
poderia ser condenado à pena de morte por apostasia (abandono da fé).
A Constituição
afegã adota a "xariá", a lei islâmica, na qual é contemplada a norma que estabelece
que explicitamente que um fiel muçulmano não tem o direito de renegar sua fé e abraçar
outra. (CM)