2006-03-31 20:04:35

TRIBUNAL DE CABINDA DEU INÍCIO HOJE AO JULGAMENTO POR AGRESSÃO AO BISPO


Luanda, 30 mar (RV) - O Tribunal Provincial de Cabinda iniciou, nesta quinta-feira, o julgamento de 15 pessoas, entre as quais os padres Casimiro Congo e Raul Tati, supostamente envolvidas na agressão contra o Administrador Apostólico da Diocese, Dom Eugenio Dal Corso, ocorrida em julho de 2005.

A agressão ao Bispo foi o ápice da contestação da comunidade católica local contra a nomeação de Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias para o governo da Diocese. A comunidade católica do enclave, que não questiona as qualidades do Bispo nomeado, rejeita que o titular da Diocese seja alguém que não tenha nascido no enclave.

Essa contestação deu origem, nos meses seguintes à nomeação, a uma série de incidentes com os responsáveis pela hierarquia da Igreja Católica que se deslocaram a Cabinda, para tentar resolver o impasse.

Os incidentes culminaram em fins de julho, com uma agressão a Dom Eugenio Dal Corso, Administrador Apostólico da Diocese, que foi impedido de celebrar a santa missa na Paróquia da Imaculada Conceição. Em seguida a essa agressão, ocorrida na sacristia da igreja, o Núncio Apostólico em Angola decidiu fechar a igreja e suspender alguns membros do clero local.

Como resposta, os sacerdotes decidiram suspender a celebração das missas no território, situação que se manteve até ao início de dezembro, quando foi alcançado um acordo, permitindo reabrir as igrejas do enclave para a celebração das missas.

No final da assembléia anual da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e Príncipe (CEAST), na semana passada, Dom Eugenio Dal Corso, em nome do Episcopado, afirmou que a turbulência gerada com o fechamento das igrejas, foi ultrapassada e a vida religiosa se desenvolve normalmente, em 90% da Diocese.

Por sua vez, Pe. Casimiro Congo, disse que, há dois meses, Dom Dal Corso não vai a Cabinda, acrescentando que as igrejas estão às moscas, nenhum fiel aparece.

O sacerdote disse ainda, que as pessoas preferem rezar nas capelas da periferia, porque contestam os padres, que dizem ser do regime. A situação atual da Igreja Católica em Cabinda, segundo Pe. Casimiro é de total confusão. Para ele, há uma divisão total: de um lado, os padres pró-governamentais, e do outro, os antigovernamentais, que não são ouvidos nem pela Conferência Episcopal, nem pelo governo, afirmou. (MZ)







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