BENTO XVI: IGREJA DEFENDE VALORES INSCRITOS NA NATUREZA HUMANA
Cidade do Vaticano, 30 mar (RV) - Respeito à vida, è família e ao direito dos
pais, de educar os filhos, são princípios inegociáveis, não-confessionais, mas inscritos
na própria natureza humana: foi o que disse o Papa hoje, durante a audiência aos participantes
do Simpósio promovido em Roma, pelo Partido Popular Europeu, por ocasião do 30º aniversário
de sua fundação.
O Papa recordou que a Europa de hoje, deve afrontar questões
complexas e de grande importância, como o crescimento e o desenvolvimento da integração
européia, a definição sempre mais precisa da política interna da UE e o debate acerca
de seu modelo social.
Para afrontar esses desafios _ afirmou o Santo Padre
_ será importante buscar inspiração, com fidelidade criativa, na herança cristã, que
ofereceu uma significativa contribuição para a formação da identidade deste continente.
Considerando
suas raízes cristãs, a Europa terá condições de dar uma orientação segura às escolhas
de seus cidadãos e de suas populações, e fortalecerá sua consciência de pertencer
a uma civilização comum, defendendo o compromisso de todos rumo a um futuro melhor.
O
Pontífice manifestou seu apreço pelo reconhecimento, por parte do Partido Popular
Europeu, da herança cristã da Europa. Uma herança que oferece uma preciosa orientação
ética na busca de um modelo social capaz de responder às exigências de uma economia
globalizada.
O Papa ressaltou _ a propósito da reivindicação da Igreja, de
que fosse reconhecida a herança cristã na Europa no texto da Constituição européia
_ que, quando as Igrejas ou as comunidades eclesiais se pronunciam, expressando reservas
ou evocando princípios, isso não constitui uma forma de intolerância ou de ingerência.
Trata-se apenas de pronunciamentos que buscam iluminar as consciências, tornando-as
capazes de agir livre e responsavelmente, segundo as verdadeiras exigências de justiça.
Esses
princípios _ reiterou Bento XVI _ não são verdades de fé, mas são inscritos na própria
natureza humana e, por isso, são comuns a toda a humanidade. Por isso, a ação da Igreja,
ao promovê-los, não é de caráter confessional.
Pelo contrário _ salientou _
quanto mais esses princípios são negados ou não compreendidos, mais tal ação se faz
necessária. Porque tal negação constitui uma ofensa contra a verdade da pessoa humana,
uma grave ferida infligida à própria Justiça. (RL)