Conclusões da assembleia plenária do Conselho Pontificio para a Cultura,com particular
realce para o desafio da multiculturalidade
A Igreja Católica nos nossos dias está colocada perante o desafio da multiculturalidade,
a que não pode fugir. Esta é uma das conclusões da assembleia plenária do Conselho
Pontifício para a Cultura (CPC), que decorreu esta semana no Vaticano,após dois dias
de discussão sobre o tema da beleza como caminho de evangelização e diálogo.
No
final dos trabalhos, o Cardeal Paul Poupard, presidente do CPC, apresentou as conclusões
do encontro, frisando que o tema discutido é decisivo “para enfrentar a situação cultural
em que nos encontramos, em particular o desafio crucial da secularização”. O mundo
de hoje, alertou, vive “como se Deus não existisse”.
Para ir ao encontro dessas
pessoas, a Igreja deve retomar o “caminho da beleza”, com uma longa tradição, mas
que hoje precisa de ser redescoberto, “pois com frequência é esquecido e, em certas
ocasiões, é mesmo combatido, por ser mal entendido”.
“A Igreja só pode propor
a mensagem do Evangelho em toda essa beleza, que é capaz de atrair espíritos e corações,
oferecendo através dos seus pastores e fiéis o testemunho de integridade (“integritas”)
de vida e de claridade (“claritas”) da mensagem que reflectem”, afirmou o Cardeal
francês.
Na abertura do plenáro, o Cardeal Poupar lembrara que a Igreja deve
estabelecer um diálogo em três direcções: os irmãos cristãos separados, os fiéis de
outras religiões e os não crentes.
As conclusões reflectem a preocupação pelo
crescimento da indiferença e da descrença religiosa, ao afirmar que “o Conselho Pontifício
da Cultura, herdeiro do Secretariado para os não-crentes, é, 35 anos mais tarde, chamado
a enfrentar este desafio acrescido, que se tornou um dado maior nas nossas sociedades,
favorecido pelo relativismo e pelo cepticismo em culturas desorientadas e como que
fora de órbita”.