2006-03-30 15:53:57

A aprovação da nova lei ligratório nos Estados Unidos preocupa a Santa Sé e a Igreja dos paises implicados


O Chanceler da Academia Pontifícia de Ciências Sociais, D. Marcelo Sánchez Sorondo, manifestou a preocupação da Santa Sé perante a possível aprovação no Senado norte-americano da “Lei Sensenbrenner”, a qual propõe a construção de um muro de alta segurança na fronteira sul, com o México, e coloca os imigrantes ilegais na categoria de criminosos, além de prever penas para as pessoas ou instituições que os ajudarem.

Em declarações à imprensa dos EUA, o prelado lembrou que “todos os povos foram imigrantes” e que a migração é “uma das características da globalização”.

Este responsável defendeu também a liberdade e o direito de se movimentarem que têm os 400 milhões de migrantes que existem no mundo. Fechar as portas é uma atitude “contra a ordem natural e contra a ordem cristã”, advertiu.

D. Sorondo esclareceu que não é seu objectivo fazer “uma declaração contra a Lei”, mas lembrou que “o homem tem o direito de emigrar e as comunidades e os povos têm o direito de receber os que emigram, estabelecendo certas regras”.

Bispos e responsáveis de várias confissões religiosas estão a mobilizar-se nos EUA para pedir uma legislação mais justa, humana e orgânica sobre a imigração.

A Comissão de Assuntos Judiciários do Senado norte-americano aprovou segunda-feira a ideia de um estatuto para "trabalhador convidado", que permitirá aos candidatos à emigração preencher legalmente as necessidades de mão-de-obra do país. Se for aprovada no Congresso, cerca de 400.000 candidatos à emigração para os Estados Unidos poderão beneficiar de uma autorização de trabalho por um período de três anos, o que lhes permitiria iria viver com a família para o país.

Estas autorizações são renováveis por uma única vez, após o que o trabalhador deverá regressar ao seu país de origem, pelo menos provisoriamente, antes de se candidatar outra vez.

O Congresso iniciou nos dias passados as discussões sobre os diferentes projectos de reforma, tendo como pano de fundo manifestações que reuniram mais de 500.000 pessoas, sábado, em Los Angeles – a maior manifestação pacífica nos EUA desde a Guerra do Vietname. O Cardeal Roger Mahoney, Arcebispo de Los Angeles, já apelou à “desobediência civil” e garantiu que as organizações eclesiais continuarão a acolher imigrantes em situação irregular, mesmo que isso seja punido por lei.

Mais de 70 dioceses dos Estados Unidos comprometeram-se numa campanha directa em favor dos imigrantes. Este domingo a Confederação dos Bispos Católicos da Califórnia pronunciou-se a favor de uma “reforma migratória completa”, que inclua a legalização conquistada pelos trabalhadores ilegais com o seu esforço.

Por sua parte, o presidente da Conferência Episcopal Mexicano e bispo de León, D. José Guadalupe Martín Rábago, disse em conferência de imprensa que este não é o momento “de construir muros, mas de levantar pontes que permitam a integração para o desenvolvimento mútuo, para benefício das populações de um e outro lado”.








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