IGREJAS NO MÉXICO E EUA CONTRÁRIAS À LEI SOBRE MIGRAÇÃO
Washington, 29 mar (RV) - Após um fim de semana marcado por protestos em diversas
cidades dos Estados Unidos, contra a chamada "lei Sensenbrenner", sobre os migrantes,
representantes da Igreja Católica no México, nos EUA e na Santa Sé manifestaram sua
rejeição à iniciativa, por considerar que o projeto de lei viola os direitos humanos.
As
votações no Senado dos EUA para discutir as modificações na lei de migração começaram
na segunda-feira, dia 27, e devem se prolongar pelo menos até amanhã, quinta-feira,
quando os Presidentes George W. Bush e Vicente Fox reunir-se-ão em Cancún, no âmbito
da conferência anual trilateral, da qual também participará o Canadá.
O Senado
norte-americano deverá decidir sobre três questões: a construção de um muro fronteiriço
entre EUA e México, de aproximadamente mil km, e a criminalização dos imigrantes clandestinos
nos EUA; a anistia moderada defendida sobretudo por representantes democratas; e,
finalmente, a opção que o Presidente Bush define como não-anistia mas sim regularização
trabalhista.
Enquanto isso, a Igreja Católica nos Estados Unidos está fazendo
aberta pressão para que se respeitem os direitos humanos dos imigrantes e de suas
famílias, ao mesmo tempo em que reivindica uma reforma migratória integral.
70
dioceses dos Estados Unidos estão engajadas numa campanha direta em favor dos imigrantes:
no último domingo, a Conferência dos Bispos da Califórnia pronunciou-se em favor de
uma reforma migratória completa, que inclua a legalização dos trabalhadores clandestinos
nos país.
Por sua vez, o Presidente da Conferência Episcopal Mexicana e Bispo
de León, Dom José Guadalupe Martín Rábago, exigiu do Presidente do México, Vicente
Fox, que pedisse a seu colega norte-americano, George Bush, respeito pelos direitos
humanos dos mexicanos que trabalham nos Estados Unidos.
Numa coletiva de imprensa,
o Bispo reiterou que este não é o momento de construir muros, mas sim de construir
pontes, que permitam a integração dos países, para o desenvolvimento mútuo, e para
o benefício das populações de ambos os lados. (CM)