“Como o mundo precisa de compreender e acolher a Misericórdia Divina!”: últimas palavras
manuscritas de João Paulo II, recordadas domingo por Bento XVI.
Domingo, 26 de Março, Bento XVI deslocou-se à paróquia “Deus Pai de misericórdia”,
na periferia de Roma, celebrando a Eucaristia na moderna igreja paroquial ali inaugurada
em 2003. Na homilia, Bento XVI sublinhou o amor misericordioso de Deus, a que
se referiam as leituras litúrgicas. “Deus ama-nos, poderíamos dizer, de um modo obstinado
(observou o Papa), e envolve-nos com a sua inexaurível ternura”. Mesmo nos castigos,
é o seu desígnio de misericórdia que está em vista: “Os desígnios de Deus, mesmo quando
passam através da provação e do castigo, visam sempre um resultado de misericórdia
e de perdão”. Aludindo ao nome dado por João Paulo II a esta paróquia – “Deus
Pai misericordioso”, em vista do Jubileu do ano 2000, Bento XVI mencionou as palavras
por aquele preparadas para o Angelus do domingo 3 de Abril do ano passado. Tendo falecido
no sábado, dia 2, à noite, essas palavras foram as últimas por ele manuscritas. Uma
espécie de testamento a não esquecer. O Papa Ratzinger fez questão de as citar textualmente: “À
humanidade, que por vezes parece extraviada e dominada pelo poder do mal, do egoísmo
e do medo, o Senhor ressuscitado oferece em dom o seu amor que perdoa, reconcilia
e abre o espírito à esperança. É o amor que converte os corações e que dá a paz”.
E João Paulo II concluía nos seguintes termos este seu último manuscrito, verdadeiro
“testamento” a ter sempre presente: “Quanta necessidade tem o mundo de compreender
e de acolher a Misericórdia Divina!”