Santa Sé admite aproximação á China:o arcebispo Giovanni Lajolo confirmou "contactos
informais"
O Secretário do Vaticano para as relações com os Estados, Arcebispo Giovanni Lajolo,
confirmou no passado fim-de-semana a existência de "contactos informais" entre a
Santa Sé e a China.
Falando no contexto do primeiro Consistório do actual
pontificado, em que foi criado Cardeal D. Joseph Zen, Bispo de Hong Kong, o chefe
da diplomacia vaticana adiantou que “através de contactos informais, a Santa Sé está
a tentar chamar a atenção para as necessidades da Igreja na China". O prelado deu
duas longas entrevistas ao “South China Morning Post” e à “I-Cable Tv”, de Hong Kong.
Segundo D. Lajolo há "altos e baixos nas conversas, como ocorre geralmente
em qualquer negociação”, mas assegura que “os contactos têm dado frutos". Para o Secretário
do Vaticano para as relações com os Estados, o “tempo é maduro” para que a Santa Sé
estabeleça relações diplomáticas com a China.
Se fosse possível estabelecer
relações abertas e estáveis entre o governo chinês e a Santa Sé, “qualquer tensão
poderia ser superada sem ambiguidades”, precisa.
“Os católicos chineses não
se sentem menos chineses pelo facto de serem católicos”, adiantou o prelado, frisando
que não é possível ser católico “se não se está em comunhão com o Papa”.
Sobre
a nomeação do Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, o Arcebispo Giovanni Lajolo frisou que se
trata de “um sinal do especial afecto que Bento XVI sente por toda a população chinesa”,
adiantando que Papa espera que este gesto “seja compreendido correctamente”.
Pequim
rompeu suas relações com a Santa Sé em 1951, dois anos depois da chegada ao poder
de Mao Tse Tung, expulsando o Núncio Apostólico, o Arcebispo Antonio Riberi.
Posteriormente,
a Santa Sé instalou a sua representação diplomática em Taiwan.
O Arcebispo
Lajolo fez referência a uma possível viagem de Bento XVI à China, antes dos Jogos
Olímpicos de 2008. O Papa, revelou, estaria disponível para “mostrar o seu amor paterno
aos bispos, sacerdotes e fiéis que testemunharam e testemunham uma profunda, e com
frequência sofrida, fidelidade ao sucessor de Pedro”.