2006-03-25 12:56:44

Na primeira Missa com os neo cardeais Bento XVI recorda neste sábado os últimos dias, dolorosos e triunfais de João Paulo II que valorizou a dimensão mariana do seu Pontificado.O Papa pediu aos novos purpurados dedicação á Igreja e ao Sucessor de Pedro


Primeira Missa de Bento XVI com os neo cardeais neste sábado sob o signo de João Paulo II, desde a recordação do atentado em Maio de 1981 aos dias da sua agonia, á citação do mosaico mariano com o qual aquele Pontifice quis ornamentar o exterior da Basilica de São Pedro.
Bento XVI celebrou no átrio da Basílica com os 15 purpurados criados no Consistorio publico de ontem aos quais entregou o anel cardinalício, símbolo de fidelidade á Igreja e ao Papa. E centrou a homilia na recordação do venerado predecessor, cujo longo pontificado, há precisamente um ano, entrava na sua fase, dolorosa e ao mesmo tempo triunfal, verdadeiramente pascal.
Na Praça de São Pedro encontravam-se cerca de 15 mil pessoas provenientes de varias partes do mundo. Muitos os asiáticos, alguns em trajes regionais, e também africanos com longas túnicas com cores vivas.
A homilia do Papa esteve inteiramente centrada num aspecto particular da herança do seu predecessor: ter acentuado a dimensão “mariana” do papado ao lado da dimensão “petrina”.
Hoje a Igreja recorda a Anunciação a Maria e celebrar a primeira missa com os cardeais neste dia, explicou Bento XVI, é uma coincidência providencial que nos ajuda a considerar o acontecimento de hoje, no qual sobressai de maneira particular o principio petrino da Igreja, á luz do outro principio, aquele mariano, que é ainda mais original e fundamental.
Depois do Concilio – observou – foi sobretudo João Paulo II que evidenciou o principio mariano coerentemente com o seu lema Totus tuus:” na sua espiritualidade e no seu ministério incansável tornou-se manifesta aos olhos de todos a presença de Maria como Mãe e Rainha da Igreja. Mais do que nunca, esta presença materna foi advertida por ele no atentado de 13 de Maio de 1981 na Praça de São Pedro”.
Na opinião do Papa o próprio tema da relação entre o principio petrino e mariano podemos encontrá-lo também no símbolo do anel que entregou hoje ao neo-cardeais.
O anel “sinal nupcial e símbolo de fidelidade - disse Bento XVI aos neo cardeais – deve reforçar antes de mais o vosso estar unidos a Cristo e o empenho a realizar a missão de esposos da Igreja.
“As duas dimensões da Igreja, mariana e petrina – acrescentou – encontram-se portanto naquele que constitui a realização de ambas, isto é no valor supremo da caridade, o carisma maior, o caminho melhor de todos, como escreve o apostolo Paulo”.
“Quem ama, esquece-se de si mesmo e coloca-se ao serviço do próximo. Eis a imagem e o modelo da Igreja! Cada comunidade eclesial, como a Mãe de Cristo, é chamada a acolher com plena disponibilidade o mistério de Deus que vem habitar nela e a leva para os caminhos do amor”, disse.

Em conclusão, Bento XVI convidou todos os fiéis da Igreja a rezar pelo Colégio Cardinalício, para que este “seja sempre mais ardente na caridade pastoral, para ajudar toda a Igreja a irradiar no mundo o amor de Cristo”.
Como sempre nestas ocasiões, a celebração litúrgica exprimiu a universalidade da Igreja com as leituras em várias línguas e as intenções da oração universal dos fiéis.
Rezou-se também em coreano e em dagaari ( língua falada no Burkina Faso e na zona noroeste do Gana ) e em todas as línguas dos novos purpurados.
A Missa concluiu-se com as notas do Alma Redemptoris Mater, um dos mais antigos trechos em gregoriano.








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