Diálogo entre a IGreja Católica e o Islão debatido pelos cardeais no Vaticano, num
encontro com o Papa
O diálogo entre a Igreja Católica e o Islão foi um dos temas em destaque esta quinta
feira no encontro dos Cardeais com Bento XVI, no Vaticano. No final da reunião, o
cardeal português D. José Saraiva Martins, prefeito da Congregação para as Causas
dos Santos, disse aos jornalistas que o diálogo com o Islão é “uma obrigação para
a Igreja Católica”.
Este momento de reflexão decorreu à porta fechada e a Santa
Sé limitou-se a informar que o tema foi desenvolvido pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário
de Estado, apresentando “a posição da Igreja Católica, e da Santa Sé em particular,
perante o Islão, hoje”.
Numa entrevista recente a um diário italiano, o Cardeal
Sodano, sublinhara que “a força do Islão é a debilidade dos cristãos”, citando um
bispo austríaco.
O Cardeal Jean-Pierre Ricard, disse em declarações à agência
I.Media que, durante este encontro, se falou “dos direitos humanos nos países muçulmanos,
da situação dos cristãos nestes países e das facetas inquietantes do Islão”. Todavia,
adiantou, alguns Cardeais questionaram “quão próximo se pode estar dos muçulmanos
na defesa dos valores humanos”.
O Cardeal Edward M. Egan, de Nova Iorque, considerou
o debate como “muito útil”, por ter sido possível ouvir testemunhos de todas as partes
do mundo.
O presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos
Cristãos, Cardeal Walter Kasper, revelara antes do encontro a sua intenção de falar
sobre os progressos ecuménicos e do “difícil, mas necessário, diálogo com o Islão”.
A
posição do Papa e da diplomacia do Vaticano, ao longo das semanas mais recentes, tem
sido a de insistir na ideia de “reciprocidade”: assim como os muçulmanos são livres
de professar e viver a sua fé em países de maioria cristã, devem os cristãos poder
fazer o mesmo em países de maioria islâmica.