Bento XVI destaca a importância dos Cardeais no governo da Igreja e pede-lhes que
o ajudem para tornar mais expedito o caminho ecuménico e para valorizar os pequenos
e os pobres no anúncio da civilização do amor
Bento XVI afirmou hoje que conta com os cardeais para tornar mais expedito o caminho
ecuménico e para uma Igreja que valorizando os pequenos e os pobres, ofereça o anúncio
da civilização do amor. Na homilia do Consistorio público presidido na Praça de S.
Pedro Bento XVI destacou esta manhã a importância dos Cardeais no governo da Igreja,
lembrando que o Colégio Cardinalício “é um importante organismo eclesial”.
Na
homilia do Consistório Público ordinário para a criação de 15 novos Cardeais, que
se concluiu cerca do meio dia na Praça de S.Pedro , o Papa referiu-se às várias mudanças
que a missão do Colégio Cardinalício foi sofrendo ao longo dos tempos, frisando que,
contudo, “não mudou nem a substância nem a natureza essencial” do mesmo.
“As
suas raízes históricas, o seu desenvolvimento histórico e a actual composição fazem
dele, verdadeiramente, uma espécie de Senado, chamado a cooperar com o Sucessor de
Pedro, no cumprimento das missões ligadas à universalidade do seu ministério apostólico”,
explicou.
Logo no início do pontificado, Bento XVI colocou entre as sua prioridades
a colegialidade, referindo que “como Pedro e os outros Apóstolos constituíram por
desejo do Senhor um único Colégio apostólico, do mesmo modo o Sucessor de Pedro e
os Bispos, sucessores dos Apóstolos devem estar estreitamente unidos entre si”.
Dirigindo-se
aos novos Cardeais, o Papa pediu uma “total e generosa disponibilidade para servir
os outros”, um sinal distintivo para quem exerce a autoridade na Igreja.
“Conto
convosco - disse Bento XVI aos novos cardeais- para que o esforço comum no sentido
de fixar o olhar no coração aberto de Cristo, torne mais seguro e expedito o caminho
para a plena unidade dos cristãos. Conto convosco para que, graças á atenta valorização
dos pequenos e dos pobres, a Igreja ofereça ao mundo de maneira incisiva o anuncio
e o desafio da civilização do amor. Tudo isto – acrescentou – me apraz vê-lo
simbolizado na púrpura que recebeis, que ela seja verdadeiramente símbolo do ardente
amor Cristão que transparece da vossa existência. O Papa observou ainda o facto
do consistorio ser um acontecimento que manifesta com grande eloquência a natureza
universal da Igreja, espalhada pelo mundo inteiro para anunciar a boa nova.
O
Consistório Público Ordinário para a criação de 15 novos Cardeais começou às 10h30
desta manhã (menos uma em Lisboa), sob a presidência de Bento XVI. O Cardeal William
Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, deixou em nome de todos os
novos Cardeais uma mensagem ao Papa, falando do “humilde contributo” que poderão oferecer
para o cumprimento do ministério apostólico do Bispo de Roma e sublinhando “a função
de grande responsabilidade que exige um suplemento de dedicação”.
O Papa criou
12 novos Cardeais eleitores e 3 outros Cardeais com mais de 80 anos, chegando ao número
de 120 Cardeais eleitores no Colégio Cardinalício. O barrete de cor vermelha que
os 15 novos Cardeais receberam esta sexta-feira, das mãos de Bento XVI, manifesta
a sua disponibilidade para derramar o seu sangue pela Igreja. Seguindo o novo rito,
introduzido por ocasião do consistório de 28 de Junho de 1991, o acto começou com
a saudação litúrgica e a leitura por parte do Papa da fórmula de criação e da proclamação
solene dos nomes dos novos cardeais.
Em seguida, o primeiro deles (D. William
Levada) dirigiu-se a Bento XVI em nome de todos. Após a Liturgia da Palavra, a homilia
do Papa e a profissão de fé, os Cardeais pronunciaram o juramento.
A seguir,
cada novo Cardeal aproximou-se do Papa e ajoelhou-se perante ele para receber o barrete
cardinalício e a designação de um título ou diaconia.
Bento XVI entregou depois
a Bula de criação de Cardeais, designou o título ou diaconia - como sinal da sua participação
no cuidado pastoral do Papa pela cidade de Roma - e trocou a saudação da paz com os
novos membros do Colégio Cardinalício.
O rito concluiu-se com a oração dos
fiéis, a oração do Pai Nosso e a bênção final.