2006-03-23 12:38:51

Nomeação de Cardeal é um encorajamento para católicos, diz bispo de Hong-Kong


Para o Bispo de Hong-Kong, D. Joseph Zen, a sua nomeação como cardeal é um “encorajamento” para a comunidade católica daquela antiga colónia britânica e “um reconhecimento pelo que fizemos na protecção e promoção dos direitos humanos”.

Nomeação de cardeal é um “encorajamento para católicos de Honk-Kong”

Em entrevista recente à Ajuda à Igreja que Sofre, D. Joseph Zen explicou que "a Igreja não deve tomar posição na «política do poder», mas certamente que os católicos têm um papel a desempenhar na sociedade civil".

Sobre as relações entre a Igreja Católica e a China, o futuro Cardeal Zen declarou: "Por razões pastorais, a Santa Sé deve estabelecer laços diplomáticos com Pequim a longo prazo. Portanto, as relações existentes com Taiwan devem ser cortadas. Isto, contudo, é um sacrifício forçado".

Na página da Diocese de Hong-Kong na Internet, D. Joseph Zen publicou uma mensagem na qual explica que "as relações diplomáticas são certamente uma questão política, mas a Santa Sé não tem interesses políticos, menos ainda ambições políticas. A única esperança do Santo Padre é que os fieis chineses possam gozar da liberdade religiosa real",

Um responsável da Associação Patriótica Chinesa criticou recentemente Bento XVI por ter nomeado D. Joseph Zen cardeal sem uma consulta aos líderes chineses e afirmou que "o bispo Zen é uma ameaça para o governo de Pequim, assim como o Papa João Paulo II o foi para o regime comunista da Polónia".

Na entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o prelado revelou também que a Diocese de Hong-Kong "está a tentar ser auto-suficiente", mas não deixou de referir que "existem muitas carências na China". O futuro cardeal lamentou ainda que, tanto em Hong-Kong como na China, o materialismo se tenha tornado parte integrante da cultura.

Perfil de D. Joseph Zen

D. Joseph Zen, Bispo de Hong-Kong, nasceu em 1932. Em criança fugiu da Xangai para Hong-Kong após a abadia onde vivia ter sido bombardeada pelos comunistas. Em 1961 foi ordenado sacerdote e desde 1978 a 1983 foi Superior Provincial dos Salesianos para Hong-Kong, Taiwan e Macau.

Após a sua nomeação como Bispo de Hong-Kong em 2002, foi bastante crítico das propostas de lei anti-subversão propostas por Pequim para o território e que poderiam conduzir a violações dos direitos civis caso fossem implementadas. Foi também um duro opositor as tentativas de limitar o papel da Igreja e das escolas católicas no ensino em Hong-Kong. É apoiante dos movimentos pró-democracia e da implementação do sufrágio universal.








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