Nomeação de Cardeal é um encorajamento para católicos, diz bispo de Hong-Kong
Para o Bispo de Hong-Kong, D. Joseph Zen, a sua nomeação como cardeal é um “encorajamento”
para a comunidade católica daquela antiga colónia britânica e “um reconhecimento pelo
que fizemos na protecção e promoção dos direitos humanos”.
Nomeação de cardeal
é um “encorajamento para católicos de Honk-Kong”
Em entrevista recente à Ajuda
à Igreja que Sofre, D. Joseph Zen explicou que "a Igreja não deve tomar posição na
«política do poder», mas certamente que os católicos têm um papel a desempenhar na
sociedade civil".
Sobre as relações entre a Igreja Católica e a China, o futuro
Cardeal Zen declarou: "Por razões pastorais, a Santa Sé deve estabelecer laços diplomáticos
com Pequim a longo prazo. Portanto, as relações existentes com Taiwan devem ser cortadas.
Isto, contudo, é um sacrifício forçado".
Na página da Diocese de Hong-Kong
na Internet, D. Joseph Zen publicou uma mensagem na qual explica que "as relações
diplomáticas são certamente uma questão política, mas a Santa Sé não tem interesses
políticos, menos ainda ambições políticas. A única esperança do Santo Padre é que
os fieis chineses possam gozar da liberdade religiosa real",
Um responsável
da Associação Patriótica Chinesa criticou recentemente Bento XVI por ter nomeado D.
Joseph Zen cardeal sem uma consulta aos líderes chineses e afirmou que "o bispo Zen
é uma ameaça para o governo de Pequim, assim como o Papa João Paulo II o foi para
o regime comunista da Polónia".
Na entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o
prelado revelou também que a Diocese de Hong-Kong "está a tentar ser auto-suficiente",
mas não deixou de referir que "existem muitas carências na China". O futuro cardeal
lamentou ainda que, tanto em Hong-Kong como na China, o materialismo se tenha tornado
parte integrante da cultura.
Perfil de D. Joseph Zen
D. Joseph
Zen, Bispo de Hong-Kong, nasceu em 1932. Em criança fugiu da Xangai para Hong-Kong
após a abadia onde vivia ter sido bombardeada pelos comunistas. Em 1961 foi ordenado
sacerdote e desde 1978 a 1983 foi Superior Provincial dos Salesianos para Hong-Kong,
Taiwan e Macau.
Após a sua nomeação como Bispo de Hong-Kong em 2002, foi bastante
crítico das propostas de lei anti-subversão propostas por Pequim para o território
e que poderiam conduzir a violações dos direitos civis caso fossem implementadas.
Foi também um duro opositor as tentativas de limitar o papel da Igreja e das escolas
católicas no ensino em Hong-Kong. É apoiante dos movimentos pró-democracia e da implementação
do sufrágio universal.