Bento XVI consulta nesta quinta feira os Cardeais sobre a actualidade da Igreja e
do mundo
Começou esta manhã, no Vaticano, o encontro entre Bento XVI e os Cardeais de todo
o mundo, em vésperas do primeiro consistório do presente pontificado. Os trabalhos,
à porta fechada, decorrem ao longo de todo o dia.
Dos membros que fizeram parte
do Colégio Cardinalício no último Conclave, em Abril do ano passado, contam-se hoje
menos quatro. Amanhã, os Cardeais serão 193, dos quais 120 com direito a voto.
No
início dos trabalhos, o Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício, agradeceu
a Bento XVI a oportunidade de debater “os grandes desafios pastorais da hora presente”.
A convocação do Consistório, acrescentou o Cardeal Sodano, demonstra a importância
que o Papa atribui ao Colégio Cardinalício. Depois da saudação do Card. Sodano
o Santo Padre exprimiu a sua gratidão pela participação na assembleia que na vigília
do Consistorio, oferece a oportunidade de passar juntos um tempo de oração e de reflexão
com aquele espírito de unidade e de comunhão que deve caracterizar qualquer reunião
eclesial, especialmente quando se encontram aqueles que o Senhor chamou desempenhar
cargos de responsabilidade na sua Igreja. Bento XVI recordou o tempo litúrgico quaresmal,
já a meio do caminho e a memoria litúrgica neste dia 23 de São Turibio de Mongrovejo,
modelo de pastor dedicado totalmente ao serviço do Evangelho. Sucessivamente, introduzindo
o en contro manifestou o desejo que ele, embora aberto também a eventuais outros temas,
fosse dedicado antes de mais a temáticas muito actuais. Em primeiro lugar as interrogações
que se sentem cada vez mais acerca da condição dos bispos eméritos; depois a questão
levantada por Mons. Lefebvre e a reforma litúrgica desejada pelo Concilio Vaticano
II; e finalmente as questões ligadas ao diálogo entre a Igreja e o Islão.
Como
recordou o Secretário de Estado do Vaticano no seu discurso de abertura, dos Cardeais
é esperado que “assistam o Papa”, como determina o Código de Direito Canónico. As
funções dos membros do Colégio Cardinalício vão, de facto, para além da eleição do
Papa.
Qualquer Cardeal é, acima de tudo, um conselheiro específico que pode
ser consultado em determinados assuntos quando o Papa o desejar, pessoal ou colegialmente.
Como conselheiros do Papa, os Cardeais actuam colegialmente com ele através dos Consistórios.
Para lá das eventuais propostas ou mudanças, esta reunião do Colégio Cardinalício
manifesta a vontade de Bento XVI em cumprir uma das indicações que mostrou desde o
início do pontificado: valorizar a colegialidade no governo da Igreja.