2006-03-20 16:41:22

IV forum mundial da água: Vaticano defende melhor gestão dos recursos hídricos, e apela uma cultura da água.


O Vaticano defendeu uma melhor gestão dos recursos hídricos, lembrando que a água é um bem comum da humanidade, “elemento essencial para a vida”, e que, por isso, deve ser acessível a todos, sobretudo os mais pobres. Esta posição consta do documento apresentado pelo Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP) no IV Fórum Mundial da Água, que decorre no México até 22 de Março.

Este texto actualiza a posição apresentada pelo Vaticano no III Fórum, realizado em Quioto no ano de 2003. Para o CPJP, esta é uma oportunidade para reflectir sobre o tema e assumir que “o acesso à água potável e ao saneamento básico é importante para a família humana”.

O documento fala num “Direito Humano à água”, frisando que esta é mais do que uma “necessidade básica”, desempenhando um papel insubstituível para a preservação da vida. Nesse sentido, o Vaticano pede “garantias internacionais” semelhantes às que existem para assegurar outros Direitos Humanos, lamentando que o sistema internacional não tenha ainda chegado a um acordo explícito sobre “o direito à água potável”.

O CPJP alerta para as “implicações escondidas” em algumas parcerias público-privadas no que diz respeito à gestão da água e lembra que é sempre ao Estado que compete “garantir o acesso à água e ao saneamento”. As preocupações do Vaticano são especialmente dirigidas para “os homens e mulheres que vivem na pobreza, na maior parte das vezes nos países mais pobres”.

Em conclusão, o Vaticano apela a uma “cultura da água”, que “eduque a sociedade para uma nova atitude” e aponta para as implicações deste problema em campos como a paz e a segurança internacionais, pelo que o documento agora apresentado lembra os vários conflitos já surgidos e fala da água como “um factor estratégico”.

“A família humana deve ser servida, não explorada. O primeiro objectivo de todos os nossos esforços deve ser o bem-estar dos homens, mulheres, crianças, comunidades que vivem nas regiões mais pobres do mundo e sofrem mais com a falta ou o desperdício dos recursos hídricos”, precisa o documento.








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