2006-03-18 16:01:19

Nova atenção pastoral nas migrações


“Urge uma nova atenção pastoral por parte dos operadores pastorais e maior diálogo e colaboração entre as Igrejas de origem e de destino” – realçam as conclusões do Encontro dos Coordenadores das Comunidades Católicas de Língua Portuguesa, realizado em Paris, de 14 a 16 deste mês, onde estiveram presentes representantes da Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Portugal, Reino Unido e Suíça.

“A tarefa de animação missionária do coordenador numa pastoral migratória em mutação” foi o tema que congregou este grupo que funciona como Conselho Pastoral Consultivo para a Emigração da Obra Católica Portuguesa de Migrações (OCPM).

A reflexão teve como ponto de partida a Instrução Pastoral “A Caridade de Cristo para com os Migrantes”.



Algumas recomendações

- Constatando-se que em todas as grandes cidades da Europa se nota nos últimos anos um aumento constante e considerável de “novos emigrantes”, originários quer de Portugal, quer de outros países lusófonos, com particular destaque para Brasil e Angola, urge uma nova atenção pastoral por parte dos operadores pastorais e maior diálogo e colaboração entre as Igrejas de origem e de destino;

- Sinal dos novos destinos de portugueses, sobretudo, para o Reino Unido, continuam a chegar à OCPM pedidos de dioceses para o envio de sacerdotes para regiões onde nunca houve uma presença estruturada com missionário de língua materna, a que Portugal vai procurar responder nos próximos meses;

- Contudo, a tendência geral na Europa é que seja cada vez mais o padre ou a unidade pastoral da Igreja local a acompanhar as comunidades migrantes no território da paróquia, orientação que exige o cultivo da proximidade e interesse pessoal através de um conhecimento aprofundado da cultura e religiosidade próprias dos portugueses;

- Para a grande diversidade de situações que existem nas Igrejas de cada país, devido à língua, aos percursos culturais dos migrantes, aos processos de integração e actuais orientações pastorais, há que encontrar respostas diferenciadas, que exigem o repensamento da nossa presença e acção nas Igrejas de acolhimento;

- Diante dos processos de reestruturação em curso na maioria das Igrejas locais, o coordenador nacional surge com toda a sua indispensabilidade como “homem-ponte” da comunhão entre as várias comunidades migrantes e do diálogo destas com as Igrejas de acolhimento e de origem;

- Para fazer face às dificuldades sentidas na escassez de padres e agentes pastorais ao serviço das Comunidades, reafirma-se a boa prática de respeitar os Serviços Nacionais, que, diante das emergências, têm vindo a ser desrespeitados e até, em algumas nações, ignorados;

- Como forma para facilitar a construção da comunhão na diversidade no seio da Igreja confirma-se a necessidade de que os responsáveis da fé nas comunidades migrantes sejam inseridos nas estruturas colegiais e operativas das Igrejas locais, a saber: conselhos paroquiais e diocesanos, equipas diocesanas da pastoral das migrações, etc.;

- A continuidade da presença das Comunidades católicas portuguesas na Igreja local far-se-á, sobretudo, através da participação das leigas e leigos, o que lança ma multiplicidade de desafios, quer aos coordenadores nacionais, quer aos próprios capelães/missionários quanto ao modo de guiar as Comunidades, investindo de forma especial na formação e integração;

- Ficou acordado manter este tipo de encontros, ficando marcado o próximo para a cidade de Haia, Holanda, em Março de 2007.








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