IGREJA PEDE QUE BACHELET NÃO APROVE LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Santiago, 13 mar (RV) - A nova Presidente do Chile, Michelle Bachelet, participou
de um ato religioso, em seu primeiro dia de governo. Depois de seguir em carro aberto,
pelas ruas centrais de Santiago, assistiu a um culto ecumênico em favor de um "governo
sábio" e em prol dos menos favorecidos, na Catedral metropolitana.
Durante
o ofício, o Cardeal-arcebispo da capital chilena, Francisco Javier Errázuriz Ossa,
fez um discreto apelo contra a legalização do aborto no país. "Poderíamos impedir
o direito de nascer?" _ questionou.
O Cardeal expressou o desejo de que os
novos governantes e parlamentares "sempre respeitem a vida" e falou sobre a diminuição
do índice de natalidade em vários países do mundo.
Participaram do culto, entre
outros, representantes das Igrejas Católica, Ortodoxa e Protestantes, e das religiões
judaica e muçulmana.
Durante a campanha, Michelle Bachelet foi bastante cuidadosa
com a questão do aborto, dada a religiosidade elevada do eleitorado de um país, cuja
maioria da população é católica praticante.
Médica e ex-ministra da Saúde,
antes de assumir a pasta da Defesa, no governo de Ricardo Lagos (2000-2006), ela se
mostrara propensa a aprovar a interrupção da gravidez, em caso de risco de vida para
a mãe, em conformidade com uma legislação que vigorou desde os anos 40 até o final
do governo militar, em 1990.
No final de fevereiro, uma vez eleita, Michelle
Bachelet já havia definido sua posição contrária a "todo tipo de aborto" e comprometeu-se
com o Cardeal Errázuriz Ossa a não autorizar o casamento entre homossexuais. Sua posição
foi comunicada pela Igreja chilena a Bento XVI. (MZ)