FUTURO CARDEL CHINÊS RESPONDE À REAÇÃO DA IGREJA OFICIAL NA CHINA
Hong Kong, 11 mar (RV) - Recentemente, a Associação Católica Patriótica Católica
Chinesa _ o que equivale a dizer Igreja Católica oficialmente reconhecida na China
_ através de seu vice-presidente, Liu Bainian, qualificou a designação cardinalícia
do Bispo de Hong Kong, Dom Joseph Zen Ze-kiun, como um "ato de hostilidade para com
o país".
O futuro purpurado lamentou essa "surpreendente" reação e assegurou
que "a única esperança do Santo Padre é que os fiéis possam desfrutar de uma autêntica
liberdade religiosa".
Foi essa a mensagem de Dom Joseph Zen Ze-kiun, firmada
nesta quinta-feira e difundida pela agência de comunicação social do Episcopado de
Hong Kong. O documento responde a uma entrevista concedida à agência Reuters, por
Liu Bainian, também membro da Conferência Consultiva Política do Povo, durante a qual
lançou essa acusação contra o Vaticano.
"A reação de Liu Bainian é surpreendente.
Demonstra que ele está pouco preocupado com a normalização das relações entre a China
e a Santa Sé" _ afirmou o Bispo.
Liu disse que Dom Zen Ze-kiun representa
uma ameaça para o governo de Pequim, assim como João Paulo II o foi para o regime
comunista na Polônia.
"Desconsiderando a implícita desvalorização dos líderes
chineses _ comentou Dom Zen Ze-kiun _ comparar a China com a Polônia para mim parece
algo absurdo."
O futuro Cardeal recorda ainda, em sua mensagem _ escrita em
chinês e inglês _ que "os católicos não aceitam o comunismo exatamente por suas premissas
atéias". Da mesma forma _ acrescentou _ tampouco o governo não pode forçar os crentes
a aceitar o comunismo, porque a Constituição chinesa garante a liberdade religiosa".
Finalmente,
o purpurado nomeado esclarece que "fazer política e se interessar pelas questões sociais
é uma obrigação e um direito de todo adulto, e também dos cardeais". (MZ)