SANTA SÉ EXORTA A REVIGORAR A SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL EM FAVOR DAS POPULAÇÕES
RURAIS
Roma, 09 mar (RV) - A solidariedade internacional deve ser fortalecida, a fim
de que se possa enfrentar, conscientemente, os grandes desafios do desenvolvimento
humano, e para que seja possível garantir à humanidade, segurança alimentar.
Essa
foi a mensagem do chefe da delegação da Santa Sé, Dom Janusz Bolonek, presente na
Conferência Internacional da FAO (Organização das NN. UU. para a Alimentação e a Agricultura),
que está se realizando em Porto Alegre. Dom Bolonek é Núncio Apostólico no Uruguai.
O tema dessa conferência, que se encerra amanhã, é "A reforma agrária e o desenvolvimento
rural".
Uma nota técnica da Santa Sé, divulgada por ocasião dessa conferência,
afirma que "está em jogo o destino de 900 milhões de pessoas, ou seja, três quartos
da população pobre mundial, que vivem nas zonas rurais". Uma grande camada da população,
cujo "futuro parece sempre mais incerto" e, portanto, "requer intervenções necessárias,
quer mediante a ação de cada país, quer através das diversas iniciativas oferecidas
pela cooperação internacional".
Deve-se dar também _ prossegue a nota _ "respostas
válidas às expectativas daqueles _ trabalhadores rurais, pequenos proprietários, artesãos
e suas famílias _ que vivem de modo estável e atuam no mundo rural".
De fato,
deve ser esconjurado o risco de que o mundo rural possa ser considerado como uma realidade
secundária, ou até mesmo esquecida, vindo, desse modo, a favorecer a perda daqueles
elementos fecundos de ordem social, econômica e espiritual que o caracterizam.
"A
dimensão mundial da atividade agrícola, o uso das modernas técnicas e os constantes
progressos da pesquisa _ ressaltou o Arcebispo Bolonek _ permitem esperar, com renovada
confiança, no aumento próximo e rápido, da produção e dos índices de desenvolvimento
humano."
O chefe da delegação da Santa Sé dirigiu uma recomendação particular
à Conferência da FAO, pedindo que "a "família rural" seja protegida e defendida no
importante papel que ela pode desempenhar, especialmente para contribuir para um desenvolvimento
respeitoso da natureza, sobretudo atento à dignidade fundamental do ser humano". (RL)