2006-03-09 12:37:11

Líderes religiosos contra a reforma migratória nos EUA


A provável aprovação, pelo Congresso dos EUA, de legislação muito restritiva em matéria de imigração está a levar os líderes religiosos do país a defender a desobediência civil, um pouco à imagem do “Movimento Santuário”, que nos anos 80 deu amparo a milhares de refugiados centro-americanos.

Vários grupos levaram ontem às ruas de Washington o seu primeiro grande protesto contra estas leis. Os manifestantes, convocados pela Coligação Nacional para a Imigração, exigem uma reforma migratória integral, para que o Governo deixe de tratar os imigrantes como "criminosos".

O projecto de lei, do republicano James Sensenbrenner, trata os imigrantes ilegais como criminosos. Sensenbrener pretende também punir qualquer indivíduo ou grupo que ofereça ajuda aos imigrantes ilegais no país.

A medida, que também autoriza a construção de um muro de alta segurança na fronteira sul, com o México, foi aprovada pela Câmara de Representantes a 16 de Dezembro de 2005, mas ainda precisa ser ratificada pelo Senado.

A Igreja Católica, os sindicatos e grupos empresariais uniram forças contra a medida Sensenbrenner, considerada uma das mais rigorosas no Congresso em quase 70 anos, e dois Cardeais, D. Roger Mahoney, de Los Angeles, e D. Theodore McCarrick, de Washington, já revelaram a sua decisão de contestar a lei.

Calcula-se que nos EUA haja cerca de 11 milhões de imigrantes clandestinos. “Estamos a dar instruções aos párocos para que se continuem a ajudar as pessoas que estão em situação ilegal”, explicou o Cardeal McCarrick.

O Cardeal Mahoney, por seu turno, já afirmara que “o conceito de castigar as pessoas que ajudam estes imigrantes é anti-americana”.








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