IGREJA CATÓLICA NOS EUA NÃO ACEITA LEI DE IMIGRAÇÃO
Washington, 09 mar (RV) - A eventualidade da aprovação, por parte do Congresso
dos EUA, de uma nova e restritiva legislação em matéria de imigração, está levando
os líderes religiosos do país a defender a desobediência civil, como na época dos
anos 80, quando o chamado "Movimento santuário" deu amparo a milhares de refugiados
centro-americanos.
Vários grupos saíram ontem, pelas ruas de Washington, no
seu primeiro e grande protesto contra essa lei. Os manifestantes _ convocados pela
Coligação Nacional da Imigração _ exigem uma reforma migratória integral, para que
o governo dos EUA deixe de tratar os imigrantes como "criminosos".
O projeto
de lei, do republicano James Sensenbrenner, trata os imigrantes clandestinos como
criminosos. Mas não só eles: Sensenbrener pretende punir também todo indivíduo ou
grupo que oferecer ajuda aos imigrantes que entraram clandestinamente no país.
A
medida, que também autoriza a construção de um muro de alta segurança na fronteira
sul, com o México, foi aprovada pela Câmara de Representantes em dezembro de 2005,
mas ainda precisa ser ratificada pelo Senado.
A Igreja Católica, os sindicatos
e grupos empresariais uniram forças contra o projeto de lei "Sensenbrenner", considerado
como um dos mais rigorosos no Congresso, nos últimos 70 anos. Além disso, dois cardeais
_ Roger Michael Mahony, Arcebispo de Los Angeles, e Theodore Edgar McCarrick, Arcebispo
de Washington _ já revelaram sua decisão de contestar a lei.
"Estamos instruindo
os párocos, para que continuem a ajudar as pessoas que estão em situação ilegal" _
explicou o Cardeal McCarrick. Por sua vez, o Cardeal Mahony afirmou que "o conceito
de castigar as pessoas que ajudam esses imigrantes é antiamericano".
Estima-se
que vivam hoje, nos EUA, cerca de 11 milhões de imigrantes clandestinos. (CM)