Generosidade das dioceses portuguesas gera Maternidade em Timor Leste
Em 2002 a renúncia quaresmal da maior parte das dioceses portuguesas foi destinada
ao projecto de construção de maternidades-escola em Timor Leste, resultado de uma
iniciativa da Igreja Católica, lançada no ano do Grande Jubileu em 2000, e que teve
uma atenção especial por parte de D. José Policarpo, enquanto Patriarca de Lisboa.
Com vista a dotar a população timorense de uma instituição de saúde, materno
infantil, o projecto foi lançado a partir de uma ideia que tinha em vista ser um gesto
de "exaltação à vida", depois da chacina que ocorreu naquele país, por altura do referendo
em que os timorenses decidiram a independência. As obras começaram em Agosto de
2005, depois de ter sido assinado, um mês antes, o contrato de adjudicação para a
construção da maternidade-escola em Díli.
No entanto, e apenas como gesto
simbólico, no início do mês de Fevereiro foi feito, em Fatu-meta, o lançamento da
primeira pedra desta obra, que está a cargo da Fundação "Mater Timor", criada propositadamente
com intuito de concretizar este projecto. São fundadores, o Patriarcado de Lisboa,
a Conferência Episcopal Portuguesa, as dioceses de Díli e Baucau, o Santuário de Fátima,
a Associação de Médicos Católicos Portugueses, a Federação Internacional das Associações
de Médicos Católicos e a Rádio Renascença.
Esta obra, que é resultado da recolha
realizada nas dioceses portuguesas durante a Quaresma, contou ainda com o contributo
"da população açoreana, entregue pelo Pe. Vítor Melicias, que esteve como responsável
da missão portuguesa em Timor", e foi também "apoiada pelo Papa João Paulo II que
fez um donativo especial".
A condução desta maternidade vai estar a cargo
de uma congregação de Carmelitas activas, sediada em Díli, que neste momento têm em
Lisboa duas irmãs enfermeiras a realizar um estágio de preparação, na área de saúde
materno infantil.
As duas maternidades previstas, estão concebidas para terem
enfermarias, bloco operatório e camas para grávidas e também uma residência para aquelas
mulheres que tenham de vir dos campos para a cidade, no caso de alguma gravidez de
risco.
Em Timor Leste os índices de mortalidade materna e infantil são os
mais elevados da Ásia, cifrando-se a taxa de mortalidade infantil em 95 por mil e
de mortalidade materna, em 800 por 100 mil, segundo dados das Nações Unidas.