2006-03-08 13:09:04

A Igreja Católica Portuguesa solidária com o mundo: destino das renúncias quaresmais 2006


Em Portugal o início do tempo da Quaresma vive-se, em todas as comunidades paroquiais, por entre apelos à conversão interior e à generosidade, que se traduz na chamada “Renúncia Quaresmal”. A Igreja assume-se, nesta altura, como uma verdadeira família universal.

As dioceses de todo o país orientam as contribuições dos seus fiéis, de uma forma geral, para duas finalidades: uma de âmbito diocesano e a segunda, como sinal de comunhão com outras Igrejas, para necessidades eclesiais, culturais ou sociais fora da Diocese.

Além disso e dando cumprimento a uma deliberação tomada pela CEP em Novembro de 2004 em relação a todas as Dioceses, 5% do montante recolhido irá para o chamado “Fundo de Solidariedade Eclesial”, destinado a apoiar economicamente as Igrejas mais pobres.

A ideia de uma “renúncia” ou um donativo na Quaresma está fortemente ligada à tradição do jejum e da esmola, práticas penitenciais associadas a este tempo de preparação para a Páscoa. No que respeita à esmola, ela deve ser proporcional às posses de cada um, podendo revestir-se da forma de “contributo penitencial” (e, como já entrou nos hábitos diocesanos, de “renúncia quaresmal”) com destino indicado pelo Bispo. O fiel renuncia conscientemente e como programa pessoal, para poder contribuir para causas da Diocese e da Igreja Universal

Mundo Lusófono

As escolhas dos Bispos diocesanos são sobretudo, direccionadas para as Igrejas lusófonas, com uma ligação histórica muito forte ao nosso país.

Coimbra, por exemplo, decidiu ajudar a Diocese de Neguela, em Angola, a pagar as obras dos seus seminários. Bragança também se disponibilizou para ajudar este país, especificamente na construção da Escola de Santa Clara na cidade de Kuito, em Angola, um projecto missionário da Congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado; Viseu, por seu lado, optou por colaborar na construção do Seminário Menor do Huambo, cujo Bispo diocesano é o português D. José Queirós.

O Funchal destina o contributo para as crianças da catequese da Diocese do Lubango, cidade fundada pelos madeirenses, em Angola.

De Leiria-Fátima partirá uma ajuda para as estruturas e acções pastorais da Igreja em Cabo Verde. A Diocese de Beja olha particularmente para S. Miguel da Calheta, diocese de Santiago de Cabo Verde – a mesma para onde será canalizada a ajuda dos Açores.

A Diocese da Beira, em Moçambique, é a escolha de Braga, que homenageia assim os 25 anos da morte de D. Manuel Ferreira Cabral.

Os membros das Forças Armadas e de Segurança do nosso país foram desafiados, pelo seu Bispo, a disponibilizarem-se para colaborar com a Igreja de Timor Leste. Para aí seguem os donativos do Algarve, com o objectivo de ajudar a Diocese de Baucau no seu projecto de construir escolas e formar professores.

A ligação sentimental a estas Igrejas é particularmente visível nas escolhas da da Guarda, que apoia 3 projectos conduzidos por missionários cujas congregações têm comunidades instaladas na Diocese: Amazónia (Brasil); Paróquia de S. Miguel Arcanjo Diocese de Santiago (Cabo Verde); o projecto chamado de S. João de Brito, em Luanda (Angola).

Desde Santarém partem donativos para um projecto de apoio a crianças “da rua” de uma favela brasileira, diocese de Paraiba.

Um mundo de ajudas

O Patriarcado de Lisboa tem um “Fundo Diocesano de Ajuda Inter-Eclesial”, que olhará de perto para os seguintes projectos: a construção da Maternidade-Escola em Dili (Timor); ajuda à nova Diocese do Mindelo (Cabo-Verde); ajuda à Diocese de Palai (Índia), que está a ajudar a Diocese de Lisboa com o envio de sacerdotes.

De Aveiro vai partir, este ano, uma ajuda para a Diocese católica de Damasco, na Síria, historicamente muito importante.

Setúbal destina a sua renúncia para Fundação Bom Samaritano, do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, que tem como missão ajudar pessoas com SIDA em África.

Os Bispos de Évora, por seu lado, decidiram atender às necessidades urgentes dos Cristãos da Terra Santa, com dificuldades económicas significativas. A colecta de Sexta-feira Santa é, aliás, destinada a estas comunidades desde 1618 por explícita vontade dos Papas.
 







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