PAPA CONVIDA A VIVER O TEMPO DA QUARESMA COM ESPÍRITO RENOVADO
Cidade do Vaticano, 26 fev (RV) - A Quaresma não deve ser vista com "espírito
velho", como se fosse um dever, uma chatice, mas sim com "espírito renovado", de quem
encontrou em Jesus e, no seu mistério pascal, o sentido da vida, e sabe que dali em
diante, ele deve ser referência para tudo.
Foi o que disse o Papa esta manhã,
na breve reflexão que precede a oração mariana do Angelus. Da janela de seus aposentos,
que se abre para a Praça São Pedro, o Santo Padre falou aos milhares de fiéis e peregrinos
ali reunidos, sobre a importância do tempo litúrgico que está para se iniciar.
A
Quaresma _ disse o Pontífice _ é um grande memorial da Paixão do Senhor, em preparação
à Páscoa da Ressurreição. Durante este período, nos abstemos de cantar o "aleluia",
e todos somos convidados a praticar alguma forma de renúncia, de penitência.
O
Papa relacionou seu pedido para que se viva a Quaresma com "espírito renovado" ao
comportamento do apóstolo Paulo, que deixou tudo para conhecer Cristo e a força de
sua ressurreição; para participar de seu sofrimento, e conformar-se a Ele na morte,
com a esperança de alcançar a ressurreição dos mortos.
"Que no itinerário quaresmal
_ concluiu Bento XVI _ nos seja guia e mestra, Maria Santíssima, que acompanhou seu
filho, Jesus, com total fidelidade, quando Ele se dirigiu a Jerusalém para sua Paixão."
Antes
de se despedir dos fiéis, após a oração mariana do Angelus e de sua bênção apostólica,
o Papa fez um apelo para que cessem os ataques de matriz religiosa, como os que têm
ocorrido nos últimos dias, em diversas partes do mundo.
"Deus, criador e Pai
de todos, pedirá sérias explicações àqueles que derramarem o sangue de seus irmãos
em Seu nome" _ disse o Papa. Os ataques a mesquitas no Iraque semeiam luto, alimentam
o ódio e criam obstáculos sérios à já difícil obra de reconstrução do país. E na Nigéria,
os confrontos entre cristãos e muçulmanos estão causando numerosas vítimas, além da
violação de igrejas e mesquitas."
Bento XVI condenou com firmeza toda essa
violência e, ao mesmo tempo, confiou ao Senhor, a alma de todas as vítimas, assim
como aqueles que choram por elas. Por fim, exortou: "Convido todos a uma intensa oração,
no sagrado tempo da Quaresma, a fim de que o Senhor afaste dessas nações, assim como
de toda a terra, a ameaça de conflitos desse tipo! Esses antagonismos devastadores
não são frutos da fé em Deus, como o espírito de fraternidade e colaboração para o
bem comum. Que todos, por intercessão da Virgem Maria, se reencontrem n'Ele, que é
a verdadeira paz!" (CM)