Aumenta violência contra os cristãos: adverte Fundação "Ajuda à Igreja que sofre"
A violência no mundo contra os cristãos continua a aumentar de dia para dia, constata
um relatório anual, agora apresentado em Paris, pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre
(AIS), intitulado «Perseguições anticristãs no mundo». Os dados recolhidos neste
relatório referem-se a diversos aconteci-mentos do ano 2005, nos vários continentes,
com a premissa de que tudo quanto está reportado “representa apenas a ponta do iceberg”.
As perseguições aos cristãos têm-se vindo a manifestar e a desenvolver
em formas diversas. Desde os assassinatos a religiosos, sobretudo em países como a
Colômbia, Brasil, Quénia, Republica Democrática do Congo ou Índia, até à profanação
de lugares sacros que hoje se multiplicam, mesmo no coração da Europa e do Ocidente. Para
além destas perseguições que provocam o derramamento de sangue, ou de efeito destrutivo
imediato, o relatório da “Ajuda à Igreja que sofre” sublinha também aquelas que de
forma astuta agridem no quotidiano e com vontade de aniquilamento, a liberdade no
professar-se e assumir-se cristão. São formas de discriminação ao nível administrativo,
fiscal, jurídico ou social. No Sudão islâmico, um cristão pode confrontar-se com
atitudes intimidadoras do género «renega a tua fé e terás este trabalho». Para um
missionário, o acto de conseguir um visto de entrada em determinados países pode tornar-se
numa árdua tarefa. Mas até mesmo naqueles Estados que, teoricamente, garantem a todos,
e segundo a própria Constituição, a liberdade religiosa, os cristãos e os símbolos
da fé cristã podem tornar-se em bodes expiatórios de determinados grupos sectários,
de um laicismo agressivo, ou outras formas de vilipendio mediático. Exemplos de
situações, que podem ir desde os crucifixos retirados na Alemanha, até aos grupos
satânicos, que estão em crescimento na França e em outros países europeus, contra
as igrejas e cemitérios.
O fundamentalismo islâmico, comunismo, fanatismo
hindu e budista na Ásia mas também as novas tendências de niilismo nas sociedades
mais avançadas representam, segundo este relatório, os quatro grandes pólos de onde
provêm as principais ameaças à Igreja. Em 2005 foram mortos 25 religiosos. Todos
os anos a Ajuda à Igreja que sofre responde a cerca de 7 mil pedidos de ajuda de cristãos
em perigo em todo o mundo.