Islão e ásia prioridades da Rádio Vaticano que está a celebrar os seus 75 anos de vida. Ouvintes em todos os paises do mundo, programas em 45 linguas, 8 canais de satélite, site web visitado diáriamente por milhares de pessoas: esta é a Rádio Vaticano de hoje. No proximo dia 3 de Março Bento XVI estará no centro de produção,visitando escritórios e estúdios.

O mundo e a cultura arábica, bem como a fronteira asiática são as prioridades para o futuro da Rádio Vaticano (RV) projectadas esta terça feira pelo director de programas, Pe. Andrzej Koprowski, numa conferência de imprensa que assinalava os 75 anos da Rádio do Papa.

“A língua e a cultura arábica já não são exclusivas do Médio Oriente mas de outras regiões da Europa e do mundo – afirmou o director de programas da RV – A visão do mundo arábico e muçulmano não é somente uma questão política mas também cultural, social e eclesial, tal como o testemunham os recentes factos”, salientou.

No que se refere à Ásia, acrescentou, “estamos conscientes do papel do cristianismo da Índia para o futuro da Igreja universal assim como da importância das relações que se desenvolvem entre a Igreja na Índia, a Santa Sé e as Igrejas particulares de outros continentes. Depois, é vital e necessário dialogar com a China, Japão, Vietnam...”
Quarenta e cinco línguas usadas nas suas emissões, incluindo o chinês e o árabe, num total de 64 horas de transmissão diária, 384 empregados, entre leigos e sacerdotes, um site Web visitado todos os dias por milhares de pessoas e 25 milhões de euros de custos. A Rádio Vaticano percorreu já um longo caminho desde que há 75 anos difundiu pela primeira vez a voz subtil de Pio XI graças ao projecto criado por Guilherme Marconi, Hoje este network radiofónico que trabalha para evangelizar o mundo consegue atingir também pequenas comunidades católicas em zonas perdidas do planeta graças aos seus 8 canais de satélite, as suas 36 antenas de ondas curtas e médias e os seus 20 emissores. E os seus engenheiros estão a estudar a maneira de usar o sistema digital. Uma potencia que consegue atingir também zonas onde o cristianismo é proibido, como por exemplo a Arábia Saudita para onde a emissora da Santa Sé transmite todos os dias em filipino para fazer chegar aos emigrantes católicos filipinos as palavras do Papa. Mas entre os ouvintes nos países do Islão moderado existem também muçulmanos que de vez em quando se fazem sentir com cartas que chegam á redacção em língua árabe.
A Rádio Vaticano foi confiada aos jesuítas por Pio XI o qual intuí imediatamente a importância do novo meio de comunicação. Durante a segunda guerra mundial, entre 1940 e 1946 foram transmitidas 1.240.728 mensagens relativas a pedidos de noticias sobre pessoas dispersas, breves mensagens dirigidas pelas famílias aos prisioneiros, cujo nome era proferido lentamente. A segunda guerra mundial e o comunismo ateu sucessivo levaram a rádio a orientar-se para os países e as igrejas particulares que estavam a sofrer mais e que mais eram ameaçadas. Daí a grande riqueza de programas e línguas de países europeus, do leste e sul do continente. Esta maquina complexa na era do sistema digital e dos satélites é guiada por dois jesuítas: director geral, Padre Frederico Lombardi de nacionalidade italiana, e o director de programas Padre Andrzej Koprowski de nacionalidade polaca.
A Rádio Vaticano é uma rádio internacional e cada vez mais multimedial, ao passo com as novas oportunidade tecnológicas.
Bento XVI sente-se particularmente ligado á Rádio Vaticano. Não é um caso que a sua primeira entrevista, em Agosto passado tenha sido concedida ao programa alemão. Na próxima semana, dia 3 de Março o Papa visitará a sede da Emissora da Santa Sé conhecendo de perto os jornalistas e técnicos que com o seu trabalho, diariamente permitem a difusão da sua voz.
Segundo o director geral, esta visita de Bento XVI será “o momento mais importante das celebrações dos 75 anos da rádio do Papa. O Papa percorrerá os vários corredores, escritórios e estúdios e, “fará a bênção de uma placa em memória do Cardeal Woytjla” colocada no estúdio onde era costume ser entrevistado pelo programa polaco. Depois, “permanecerá em oração na Capela da Anunciação”, informou o Pe. Frederico Lombardi.