2006-02-17 17:18:43

Iniciadas as celebrações do quinto centenário dos Museus do Vaticano


As comemorações do quinto centenário dos Museus Vaticanos tiveram início nesta sexta feira dia 17, na Capela Sixtina, com a celebração de uma missa de acção de graças presidida pelo cardeal Edmund C. Szoka.

Os actos prolongam-se até Novembro, mês em que será inaugurada a exposição “Laocoonte – As origens dos Museus Vaticanos”, estando também prevista a realização de um congresso internacional sobre a identidade, essência e papel do museu na sociedade actual.

As iniciativas foram apresentadas esta semana pelo Cardeal Edmund Casimir Szoka e por Francesco Buranelli, director daqueles espaços museológicos, visitados todos os anos por cerca de quatro milhões de pessoas.

“Trata-se de um aniversário não convencional e nem sequer meramente simbólico, que remonta à ocasional mas feliz descoberta do conjunto marmóreo do Laocoonte, em 1506. Este centenário quer unir uma história de séculos de cultura e de arte que os pontífices romanos promoveram com constância e competência, recolhendo as obras do passado para preservá-las do esquecimento e da destruição, destinando-as às gerações sucessivas”, disse o Cardeal Edmund Casimir Szoka, presidente do Governo do Estado da Cidade do Vaticano.

“Numa altura em que se fala dos museus como lugares de encontro, de contacto e diálogo, de amadurecimento e de reflexão entre religiões, culturas, experiências e distintas concepções do mundo, os Museus Vaticanos interpretam hoje, mais do que nunca e de maneira exemplar, este papel “, disse também.

Francesco Buranelli anunciou que, até meados do corrente ano, vão abrir ao público dois importantes museus, restaurados, que testemunham o compromisso dos pontífices romanos na evangelização através da arte.

Um deles é o Museu Cristão, instituído pelo Papa Bento XIV entre 1756 e 1757 para acolher os objectos que na primeira metade do século XVIII chegaram ao Vaticano, com a finalidade de “promover o esplendor de Roma e afirmar a verdade da religião cristã”. Buranelli anunciou também que, a partir de 16 de Março, podem ser vistas famosas peças arqueológicas procedentes das catacumbas, classificadas segundo a sua procedência e expostas em vitrinas decoradas com os bustos dos 24 cardeais bibliotecários.

O outro Museu aberto este ano ao público é o Missionário Etnológico, fundado em 1926 por Pio XI, que teve a sua sede até 1963 no Palácio Lateranense, até que João XXIII decidiu trasladá-lo para o Vaticano. No próximo dia 20 de Junho abrem as secções dedicadas à China, Japão, Coreia, Tibete e Mongólia.

Foi ainda anunciada a apresentação, no dia 27 de Abril, das pinturas murais da Sala dos Mistérios do Apartamento Borgia, obra de Pinturicchio e seus ajudantes. Algumas das pinturas, que retratam episódios da vida de Jesus e de Maria, estiveram escondidas durante mais de três décadas por espessas tapeçarias.

Mais tarde, será a vez da apresentação de peças da necrópole romana descoberta na Via Triumphalis há três anos, durante a construção de um novo parque de estacionamento no Vaticano. Trata-se de trinta edifícios sepulcrais e setenta sepulturas individuais, que vão desde o século I a.C. até ao século III d.C.
 







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