NA AUDIÊNCIA GERAL, PAPA COMENTA O CANTO BÍBLICO DO "MAGNIFICAT"
Cidade do Vaticano, 15 fev (RV) - O Santo Padre encontrou-se, esta manhã, no
Vaticano, com os fiéis e peregrinos de diversas partes do mundo, para a tradicional
Audiência Geral das quartas-feiras.
A Audiência realizou-se em duas etapas:
às 10h30, na Basílica de São Pedro, o Papa recebeu cerca de 6 mil estudantes italianos
e 1.800 participantes da peregrinação a Roma, promovida pela família religiosa francesa
"Irmãos de São João", que celebra seus 30 anos de atividades.
Aos milhares
de estudantes italianos, o Santo Padre recordou sua primeira encíclica, "Deus é amor",
fazendo votos de que cada estudante compreenda e acolha sempre mais, esse amor, que
muda a vida e os torna testemunhas críveis do Evangelho.
A seguir, o Santo
Padre deixou a Basílica vaticana e foi até à Sala Paulo VI, para se encontrar com
os demais fiéis que o aguardavam. Nesta quarta-feira, o Pontífice comentou o "Magnificat",
o cântico da Virgem Maria.
Com sua catequese de hoje, o Pontífice concluiu
o ciclo de catequeses dedicado aos Salmos e Cânticos da Liturgia das Horas, iniciado
por João Paulo II em 2001.
O "Magnificat", explicou o Pontífice, é um canto
que revela a espiritualidade dos fiéis que se reconheciam pobres _ pobres não somente
na distância de qualquer idolatria da riqueza e do poder, mas também na humildade
profunda do coração, despido da tentação do orgulho e aberto à irrupção da graça divina
salvífica. Com efeito, todo o "Magnificat" é marcado por esta "humildade", que indica
uma situação de concreta pobreza.
A íntima estrutura do canto _ prosseguiu
o Papa _ é o louvor, o agradecimento e a alegria que Maria expressa a Deus, por tê-la
feito Mãe do Senhor. Mas esse testemunho pessoal não é solitário e intimista, porque
a Virgem Mãe é consciente de ter uma missão a realizar para a humanidade e seu caso
se insere no contexto da história da salvação.
Nesse conjunto de obras divinas,
é evidente o estilo com o qual o Senhor da história inspira o seu comportamento: Ele
está do lado dos últimos. O projeto divino está, muitas vezes, escondido sob o terreno
opaco das vicissitudes humanas, que vêem triunfar os soberbos, os potentes e os ricos.
Mas sua força secreta é destinada, no final, a desvelar-se, para mostrar quem
são os verdadeiros eleitos de Deus: ou seja, aqueles que O temem, que são fiéis à
Sua palavra; os humildes, os famintos, a comunidade de Deus que, como Maria, é constituída
por aqueles que são pobres, puros e simples de coração. É este pequeno rebanho que
é convidado a não temer o Pai. (BF)