Santa Sé pede uma aposta declarada na luta contra a pobreza, concentrando-se em três
objectivos:melhorar as condições do comércio,redobrar as ajudas ao desenvolvimento
e potenciar a redução da dívida
A Santa Sé exigiu ontem uma aposta declarada na luta contra a pobreza em todo o mundo.
O representante do Papa na ONU, D. Celestino Migliore, lembrou na 44ª sessão da Comissão
para o desenvolvimento social do Conselho económico e social das Nações Unidas (ECOSOC),
que ainda “há muitas nações e populações que vivem em condições de pobreza extrema.
Examinando
os resultados do primeiro decénio do projecto de eliminação da pobreza no mundo (1997-2006),
o Arcebispo Migliore lamentou que, apesar da diminuição de 40 para 21% das populações
que vivem na pobreza mais extremas, esse número ainda seja tão grande, sobretudo “na
África subsaariana, onde o progresso na redução da pobreza é escasso ou mesmo nulo”.
“Se continuarem estas tendências, apenas oito países africanos ultrapassarão
a pobreza extrema em 2015”, alertou o prelado, lembrando que o número de africanos
que vive com menos de um dólar por dia quase duplicou desde 1980: de 165 milhões para
315 milhões de pessoas.
O observador permanente da Santa Sé lançou um apelo
à comunidade internacional, para que redobre os seus esforços na eliminação da pobreza,
concentrando-se em três objectivos: “Melhorar as condições do comércio, redobrar as
ajudas ao desenvolvimento e potenciar a redução da dívida”.
Apresentando exemplos
de vários países em vias de desenvolvimento, em particular na Ásia, D. Migliore precisou
que “a redução rápida da pobreza apenas pode verificar-se com um crescimento económico
sustentável, do qual os pobres possam obter benefícios équos”.
“É preciso encorajar
e assistir os responsáveis dos países em vias de desenvolvimento para que coloquem
em marcha políticas que consintam aos seus cidadãos a obtenção de índices mais altos
de crescimento económicos, relativamente aos obtidos desde o ano 2000”, concluiu.