2006-02-01 19:00:03

MENSAGEM DE BENTO XVI PARA A QUARESMA 2006: "JESUS, AO VER AS MULTIDÕES, ENCHEU-SE DE AMOR POR ELAS"


Cidade do Vaticano, 31 jan (RV) - Foi divulgada nesta terça-feira a mensagem de Bento XVI para a Quaresma 2006. O título da mensagem foi extraído do Evangelho de Mateus: "Jesus, ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão por elas".

A Quaresma, afirma o Papa, é o tempo privilegiado da peregrinação interior até Àquele que é a fonte da misericórdia. Nessa peregrinação, Ele próprio nos acompanha através do deserto da nossa pobreza, amparando-nos no caminho que leva à alegria intensa da Páscoa.

Mesmo nos momentos mais difíceis, diz o Pontífice, Deus nos ampara. Mesmo na desolação da miséria, da solidão, da violência e da fome que atingem indistintamente idosos, adultos e crianças, Deus não permite que as trevas do horror prevaleçam.

Em sua mensagem, o Papa reflete sobre uma questão hoje muito debatida: o desenvolvimento. Bento XVI recorda que, também hoje, o "olhar" compassivo de Cristo pousa incessantemente sobre os homens e os povos. Com esse olhar, Jesus abraça os indivíduos e as multidões e os entrega, todos, ao Pai, oferecendo-Se a Si mesmo em sacrifício de expiação.

Iluminada por essa verdade pascal, a Igreja sabe que, para promover um desenvolvimento integral, é necessário que o nosso "olhar" sobre o homem seja idêntico ao de Cristo. De fato, não é possível separar a resposta às necessidades materiais e sociais dos homens das necessidades profundas do seu coração.

Isso deve ser ressaltado muito mais numa época como a nossa, declara o Santo Padre – uma época de grandes transformações, em que nos damos conta, de forma cada vez mais viva e urgente, da nossa responsabilidade em relação aos pobres do mundo.

De acordo com Bento XVI, a primeira contribuição que a Igreja oferece para o desenvolvimento do homem e dos povos não consiste nos meios materiais nem em soluções técnicas, mas sim o anúncio da verdade de Cristo _ anúncio que educa as consciências e ensina a autêntica dignidade da pessoa e do trabalho, promovendo a formação de uma cultura que corresponda a todas as exigências do homem.

Em vista dos desafios da pobreza de grande parte da humanidade, afirma o Papa, a indiferença apresenta-se em contraste intolerável com o "olhar" de Cristo. O jejum e a esmola, juntamente com a oração, que a Igreja propõe de modo especial no período da Quaresma, são uma ocasião propícia para nos conformarmos ao olhar de Cristo.

Mesmo neste tempo da interdependência global, pode-se verificar que nenhum projeto econômico, social ou político substitui aquele dom de si mesmo ao outro, que brota da caridade. Quem age segundo essa lógica evangélica, diz o Papa, provê às necessidades materiais e espirituais do próximo.

O Papa conclui sua mensagem, reconhecendo que muitas pessoas que se professavam discípulos de Jesus, cometeram erros ao longo da história. "Não raramente _ diz o Pontífice _ eles pensaram que se deveria primeiro melhorar a terra e depois pensar no céu." Para alguns, isso teve como conseqüência a transformação do Cristianismo no moralismo, ou seja, a substituição do crer pelo fazer.

Mas a Quaresma é um tempo que nos guia à salvação integral, tendo em vista a vitória de Cristo sobre todo o mal que oprime o homem. "Quando nos voltarmos para o Divino Mestre _ afirma o Papa _ descobrimos um "olhar" que nos perscruta profundamente e que pode reanimar as multidões e cada um de nós." (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.