BISPOS DE UGANDA EXPRESSAM FORTE OPOSIÇÃO ÀS NORMAS SOBRE O ABORTO
Kampala, 31 jan (RV) - Os bispos de Uganda expressam forte oposição sobre normas
relativas ao aborto, contidas no Protocolo sobre os Direitos das Mulheres na África
_ conhecido também como Protocolo de Maputo _ adotado pela segunda sessão ordinária
da União Africana, em Maputo, em 11 de julho de 2003.
O Protocolo de Maputo
ainda não foi ratificado pelo Parlamento ugandense. Por esse motivo, a Conferência
Episcopal Ugandense publicou, nos dias passados, uma "Carta aberta ao governo e ao
povo de Uganda sobre a ratificação do Protocolo da Carta dos Direitos dos Indivíduos
e dos Povos: sobre os direitos das mulheres na África".
A norma do Protocolo
que suscitou a oposição da Igreja Católica está no artigo 14 do parágrafo 2º, que
estabelece "proteger os direitos reprodutivos das mulheres, autorizando o aborto médico,
em casos de estupro, incesto e quando a continuação da gravidez colocar em perigo
a saúde física e mental da mãe ou a vida da mãe ou do feto".
"Até agora, 16
países africanos ratificaram o Protocolo" _ escrevem os bispos. "Nós nos perguntamos
quantos cidadãos desses países estão conscientes da decisão de seus legisladores.
Nós nos perguntamos se os próprios cidadãos africanos estão conscientes de que a União
Africana, com este Protocolo, introduziu o primeiro instrumento dos direitos humanos
que afirma expressamente o direito da mulher, de abortar em circunstâncias específicas.
Nunca antes um protocolo internacional ousou tanto! Acreditamos firmemente que o povo
africano não deseja isso." (SP)